segunda-feira, 19 de maio de 2014

O Parceirinho

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Segundo pediatras e estudiosos, o companherismo dos mascotes é benéfico ao desenvolvimento da criança porque lhe provoca diversos estímulos. O bebê exercita a coordenação motora fina ao ter de controlar sua força para acariciar um cachorro, um gato ou um coelho, treina a marcha ao engatinhar ou tentar andar (por vezes, correr) atrás do animal e tem o olfato, a visão e a audição provocados pelos sons, cheiros e movimentos dos bichos.

Um estudo realizado pela Universidade Loyola, em Chicago, mostrou os benefícios dos animais nos hospitais. Os investigadores afirmam que acariciar um cachorro pode ajudar pacientes internados a reduzir pela metade a quantidade de analgésicos que precisam tomar. Cientistas norte-americanos já haviam revelado também que ter um animal é um ótimo aliado contra o estresse. Os donos dos bichos que participaram do estudo tinham a frequência cardíaca e a pressão arterial significativamente mais baixa se comparados com aqueles que não tinham um animal de estimação.

O mascote, sobretudo o cachorro, faz ainda com que a criança exercite sua autoridade num mundo de "adultos-juízes", que arbitram sobre a vida dela o tempo todo. "Com o animal, ela terá a oportunidade de ser o juiz, mandar e desmandar. Além disso, expõe para a criança o significado de preservação à vida e de limite à dor", diz a pediatra Sandra Oliveira Campos. Cachorros, gatos, passarinhos, peixes, ratos e até ursos são figuras constantes no universo dos pequenos. Estão no abajur do quarto, no border do papel de parede. São heróis em filmes e em livros infantis. Essa relação é fomentada, criada, incentivada porque, acima de tudo, traz bem-estar. Estudos mostram que o contato com animais ativa áreas do cérebro relacionadas com as emoções. Não é por outro motivo senão a sensação de bem-estar, físico e mental, que terapeutas lançaram mão da terapia com animais para tratar crianças hospitalizadas ou com deficiências mentais. "É um excelente treino para a afetividade", diz Sandra.

Parceria antiga

O companheirismo entre homem e animal é muito mais antigo do que imaginamos. Há registros do século 12 mostrando que as famílias viviam sob o mesmo teto com seus animais, como bois, cavalos, porcos, ovelhas, macacos, aves domésticas. A moradia era uma verdadeira Arca de Noé. Hoje, a quantidade de bichos dentro das casas é, com certeza, bem menor. A relação estabelecida com os mascotes também mudou. Antes eles eram criados para trabalhar, puxar carroça, tomar conta da casa. E foi dessa necessidade humana que nasceu uma amizade perfeita, a de homens e cães.  "E, hoje, ele é o mais sociável de todos os bichos", afirma a pesquisadora de comportamento animal, a americana Temple Grandin, também autora do livro Animals in Translation (algo como "Animais Traduzidos", ainda não editado no Brasil). Ela explica que nenhum outro animal tem a capacidade de desenvolver laços de amizade com o ser humano com tamanho grau de fidelidade. Nem o gato, apesar de ter sido domesticado muito antes. "A diferença entre os bichos é que os cães têm emoções muito parecidas com as dos humanos. Ficam tristes, felizes, enciumados", diz Temple. O cão já nasceria pré-programado para viver comigo, com você e com seus filhos.

Um companheiro em casa

Se o principal benefício é a companhia, então os cachorros seriam os presentes ideais, por exemplo, para filhos únicos, podem pensar algumas pessoas. Calma. Não é bem assim. Apesar de o animal ocupar uma posição prazerosa na vida da criança, ele não supre a relação que ela necessita ter com humanos, que é muito complexa. "Aprende-se a lidar com pessoas lidando com pessoas", diz a pediatra Sandra. Algo que naturalmente ocorre na escola. A veterinária Maria Inês Ferreira acrescenta que não adianta levar um animal de estimação para casa pensando que "um bicho pode distrair a criança para que ela não ‘atrapalhe’ os afazeres dos adultos". Ou, ainda, que os pais devam dar um bicho ao filho para que ele treine ter responsabilidade. Calma mais uma vez. Crianças menores de 10 anos não têm capacidade para cuidar plenamente do animal. "A partir dos 7 anos, os pais podem atribuir uma tarefa para ela", diz a pediatra Sandra. E qual, dentre os cuidados necessários: alimentar, dar água, passear, dar banho, limpar o local onde ele fica, entre outros? Assim como a criança não consegue arrumar o quarto inteiro, limpar janelas, trocar roupa de cama, ela também não pode cuidar totalmente do animal. É colocar nas costas da criança uma responsabilidade que é dos adultos. Se estabelecer que o filho é responsável pela água do bicho, essa atividade deve fazer parte da rotina infantil, o que não significa que, durante um certo tempo, você não terá de lembrar isso à criança.

Cuidados essenciais

Há quem defenda, inclusive, que menores de 6 anos ainda não estão preparados para ter um bicho de estimação. A razão seria o fato de a criança pequena não saber os limites que deve ter quando está com certos tipos de mascotes, principalmente os cachorros. Se a brincadeira acontece de um jeito que o animal não tolera, ele vai demonstrar da única (e pior) forma que sabe: mordendo. Por isso, olho vivo nos momentos de folia. Os limites precisam ser estabelecidos com a criança e com o animal. E o adulto deve acompanhar de perto essas brincadeiras.  Bicho nenhum faz mal à criança (a menos que seja alérgica a pêlos), desde que seja respeitado, cuidado e amado. Não passe fome, sede, que tenha um lugar limpo e confortável para dormir. Algo que acontece na maioria dos lares brasileiros, com donos conscientes e amorosos. Na verdade, o mascote do século 21 é uma criatura com o mesmo modo de vida que seu dono. A oferta de serviços disponíveis para ele surpreende: de hotéis a spas, passando por planos de saúde, acessórios, roupas, fisioterapia, odontologia, produtos de beleza. Muitas vezes, o bicho não precisa de tudo isso. Apenas de respeito e atenção, para ser uma grande companhia para seus filhos.

Antes de comprar, pense...

... na idade da criança - Não existe uma idade certa. Mas se o seu filho nasceu faz pouco tempo, espere até ele fazer uns 3 anos. Ter um filhote e um bebê em casa requer muita organização e disponibilidade de tempo.
... no espaço disponível - Peixes, roedores, aves e gatos se adaptam bem em casas pequenas e apartamentos. Para cachorros, não vale pensar só no tamanho. Algumas raças pequenas não suportam lugares com pouco espaço, enquanto outras, médias, ficam bem neles, desde que os donos façam passeios diários. Por isso, informe-se sobre as características da raça antes de finalizar a compra.
... nos gastos - Sim, eles existem e podem fazer diferença no fim do mês. Gatos e cachorros precisam de vacinas e vermífugos. Aves, como a calopsita, necessitam ter as asas aparadas para não voar e fugir. Roedores exigem gaiolas específicas. Gatos requerem areia determinada para fazer xixi e cocô. E todos devem comer rações de boa qualidade.

A Maya infelizmente não tem um amiguinho peludo, e tão cedo não terá. Gastos extras não cabem no nosso orçamento atual, assim como trabalheira extra também não cabe na nossa rotina. Mas vendo as fotos a seguir, não posso deixar de pensar que toda criança deveria ter direito à companhia de um mascote, e vice versa. Eles nasceram um para o outro. Dá uma olhada:

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Vi na Revista Crescer.

2 comentários:

  1. Amiga, esse fds de semana estávamos, eu Kennui e Kauan e passamos em frente à uma loja que estava doando filhotes de cachorro, eles pediram para eu parar o carro, tudo bem até aí né? Menina, quase sai com um filhote de lá, só não levei porque o cara disse que eles ficavam enoooormes, imagina, com esse universo paralelo todinho aqui e casa, com um super cachorro????
    kkkkkkk
    aventuras de Golddie Trip e suas crias...
    bju nega!

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    1. Kkkkkkkkk!!! Que loucura ia ser!! Mais uma cria na sua vida!! Vc da conta sim, dona Golddie Trip!! Só porque é você!!

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