segunda-feira, 30 de junho de 2014

Hackschooling - Educando para a Vida

Com a palavra,  Logan La Plante:

domingo, 29 de junho de 2014

Menino Brinca de Boneca e Menina Brinca de Carrinho


Recentemente a rede de brinquedos européia  Top-Toy divulgou em seu catálogo promocional fotos em que meninos e meninas aparecem brincando com as mesmas coisas. Além de eliminar a distinção de brinquedos de sua publicidade, a empresa retirou também de suas lojas físicas, a separação de sessões masculinas e femininas. Em nome da defesa dos valores morais e da família, dezenas de pais se revoltaram com a atitude da Top-Toy, classificando-a como uma tentativa de engenharia social proveniente da ditadura da homofobia. Um dos argumentos defendidos por esse grupo é a negação da influência dos padrões sociais nas condutas classificadas como femininas ou masculinas. Segundo eles, não é a cultura que determina as brincadeiras de meninos e meninas, mas a diferença natural entre os sexos. Inverter os papéis, nesse caso, resultaria fatalmente numa sociedade homosexual.

Eu não pretendo aqui discutir o preconceito relacionado às diferentes opções sexuais - se é que podemos chamá-las de opções - nem suas consequências para a vida social. Quero apenas explicar porque acho que uma coisa não tem nada a ver com a outra. E para isso, vou retomar aquela crise existencial milenar da humaninade: a relação instinto x cultura. Essa relação é o argumento que nós, seres humanos, temos usado há muitos anos para, do alto do nosso pedestal, definirmos a nós mesmo como a mais complexa espécie já conhecida. Mas por mais magníficos que sejamos, e por mais avançados que estejamos em nossa ciência, ainda não nos tornamos capazes de determinar muito bem o quanto de nós é homos e o quanto de nós é sapiens. A biologia nos diz que machos e fêmeas são naturalmente diferentes, não só nos aspectos físicos, mas também nos psicológicos e emocionais. Mas a genética nos diz também que cada macho é diferente de outro macho, e que cada fêmea é diferente de outra fêmea. Como então determinar com CERTEZA o que é de homem e o que é de mulher? Como saber o que de fato é inerente a cada gênero se pessoas do mesmo sexo podem apresentar características e comportamentos completamente distintos?

As cores são um bom exemplo de como os padrões sociais determinam algumas de nossas condutas. Por ser uma cor mais forte, o rosa Pink era associado ao sexo masculino até 1920, enquanto o azul, mais delicado, era visto como uma cor feminina. De repente, para agitar as vendas, o mercado de roupas passou a sugerir azul para eles e rosa para elas. E passamos a aceitar com tanta verdade as novas regras impostas pelo marketing, que há quem diga hoje que vestir meninos de rosa poderá transforma-los em homossexuais. Será que com os brinquedos é assim também? Eles seriam, como as cores, determinados apenas pela cultura?                  
Alguns psicólogos afirmam que não. Meninos, segundo eles, são naturalmente mais agressivos e competitivos, preferindo brincadeiras de luta ou jogos esportivos. Menos ativas, as meninas prefeririam brincar com bonecas para alimentar o seu instinto maternal. Mas sabemos que embora existam determinados padrões de comportamento, cada ser é único com vontades e características próprias. E eu não consigo acreditar que a sexualidade de um adulto possa ser mais influenciada pela liberdade concedida a ele, enquanto criança, na escolha de seus brinquedos do que pela sua repressão. Não se trata de OBRIGAR crianças a brincar com coisas diferentes, mas de RESPEITAR as suas preferências sem transferir-lhes os nossos preconceitos e tabus.
Estudiosos da psicologia infantil nos mostraram ao longo do tempo a importância do brincar para o desenvolvimento da criança. É durante esse ato que ela constrói e desconstrói hipóteses e desenvolve a função simbólica. O menino e a menina podem assimilar, a partir do mesmo objeto, sentidos diferentes. Isso não significa que um menino que brinca de boneca vai ser gay. Também não significa que ele vai ser bom pai. Significa apenas que ele está construindo significados naquele momento que são importantes àquela fase específica, e quanto mais liberdade ele tiver nesse processo, mais pleno será o seu desenvolvimento.                                                            
Não estou aqui levantando a bandeira da igualdade entre os sexos. Confesso que defendia com mais vigor essa causa antes da Maya chegar na minha vida. As transformações por que passaram o meu corpo, o milagre acontecido dentro de mim, e todas as loucuras da maternidade me inspiraram uma profunda admiração pela figura feminina. Fui percebendo aos poucos que a nossa força vem de um lugar diferente e o meu lado queimador de soutian foi obrigado a abaixar um pouco a crista. Continuo acreditando que devemos lutar por direitos iguais, mas não para sermos iguais. Exigir isso é dizer indiretamente que ser homem é melhor. É o que nos impõe essa sociedade machista, em que o bom é ser frio, racional, duro e viril. Associadas à fraqueza, a sensibilidade e a emotividade femininas parecem não caber mesmo nesse mundo competitivo. Que não caibam então. Que mude o mundo. Nao somos nós que temos que mudar. A nossa beleza é justamente essa. Está na suavidade do movimento, na flexibilidade das curvas - que não precisam ser transformadas em músculos rígidos - e na instabilidade inerente aos seres cíclicos que somos. 
Somos dois mundos diferentes sim. Talvez tão distantes quanto Marte e Vênus. Mas essa diferença não e tão simples e palpável como possa parecer. A sexualidade humana é um assunto profundo que envolve autoconhecimento e conexão com o corpo e com os instintos. Como pais, devemos nos preparar para orientar os nossos pequenos sobre essas questões quando deles partirem as primeiras perguntas. Mas isso pode dar trabalho demais. E trabalho é o que muita gente não quer. Parece muito mais fácil dar uma boneca pra menina, um carrinho pro menino, e torcer para que eles não misturem as coisas. Parece mais fácil. Mas considerando o nosso contexto atual, será que isso basta?

sábado, 28 de junho de 2014

Lá vai ela...


"Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã;
 porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. 
Ao dia basta o seu próprio mal." (Mateus 6, 34)

Lá vai ela crescendo sem que eu possa impedir ou controlar. Veio ela me mostrar que o tempo é feito grão de areia que escapa por entre os dedos. Não é ao longo dos anos que morre uma Maya e nasce outra, mas a cada dia, a cada minuto, a cada segundo. E compreender isso foi pra mim meio que como um soco na boca do estômago. 

Dizem que a maternidade torna as mulheres mais responsáveis, mas por alguma razão muito engraçada não foi isso que aconteceu comigo. Em vez de me transformar em uma pessoa mais preocupada com o futuro, a chegada da Maya na minha vida fez brotar em mim uma vontade quase compulsiva de viver o presente. Pulsa hoje na minha alma uma impulsividade doida que não sei até quando conseguirei conter. Sou diariamente bombardeada por pensamentos insanos de jogar tudo pro alto e ir viver uma vida que me permita simplesmente respirar mais. E o mais perigoso é que eu não tenho medo nenhum de onde isso pode nos levar.

Que Deus esteja conosco então, filha. É tudo que posso pedir. Que Ele dê sabedoria a mim e ao seu pai para que não a tornemos refém das nossas escolhas. Que Ele me dê paciência para compreender que o tempo tem o seu próprio tempo. Que a nossa família esteja sempre acima de tudo, até mesmo das minhas idéias malucas. Que Ele abençoe essa união e nos guie mansamente por águas tranquilas. HOJE e sempre. Amém.




sexta-feira, 27 de junho de 2014

Concurso Rainha do Milho - Parte 2: O CORDEL

O cartaz já foi. Agora, na segunda etapa, precisávamos elaborar um cordel com o tema Reino Infantil e Luiz Gonzaga. Espia só no que deu:


Simbora criançada,
Simbora pro arraiá
É São João na Reino Infantil,
Arrume logo seu par
Todo mundo nas posição
Que a quadrilha vai começar

No meio dessa folia
Diversão é o que nos resta
Lá do céu Luiz Gonzaga
Rei do Baião e da Seresta
Já preparou a Sanfona 
Pra regar a nossa festa

Ele mandou oiá
Praquele balão multicor
Ocê vai me desculpar
Com todo respeito ao cantor
Mas aqui na Reino Infantil
Não tem balão não sinhô

Tudo que sobe desce
Diz a lei da gravidade
E se o balão cair no mato?
Veja que calamidade
Queimar plantinha indefesa
É coisa de cabra covarde

Fogo aqui só na fogueira
Que a gente já vai pular
O Rei e a Rainha do Milho
Também vamos coroar
Todo mundo aguniado
Pra saber quem vai ganhar

Há de ser um arrastapé
Como ninguém nunca viu
Nossa festa junina vai ser
A mais bonita do Brasil
A bagunça é garantida
Porque o reino é infantil

É terra de gente pequena,
Pequena só no tamanho
Em matéria de aprontação
A galerinha aqui dá um banho
Esses são os bezerrinhos
Mais levados do rebanho

Pode conferir de perto
Se quiser pagar pra ver
Anote aí o enderço
Pra ocê não se esquecer
É na Travessa Sindipetro
Casa 38 B



E por falar em cordel... vou compartilhar um pouquinho da banda pernambucana Cordel do Fogo Encantado.
Essa primeira música é um clássico da MPB que eles interpretam. Foi composta por Chico Buarque e Milton Nascimento e fala do cio de uma mãe: a grande Mãe-Terra que o Pai-Céu nos deu:

A segunda é um maracatuzin muito do gostosin que eu costumava cantar para a Maya fechar aqueles dois jarrinhos de jabuticaba que ela tem. Ela nem imagina ainda, mas antes – muito antes – de embalar o seu sono, essa canção já fazia parte da historinha de amor da qual ela é fruto. Espia:


quinta-feira, 12 de junho de 2014

PARTIU! - Vale do Capão


Nem no estádio nem na frente da televisão: o "aqui e agora" da Maya nos próximos dias vai ser no Vale do Capão. 

E a gente vai levando na mochila a esperança de encontrar um buraco tão escondido, mas tão escondido pra se enfiar, que a gente até esqueça desse circo todo que o titio Blatter e sua turma armaram aqui no nosso país.

Até a volta.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

ABASTECENDO A CRIA! - Danoninho Natural


Não é beeem um danoninho não. Só chamo assim porque surgiu da tentativa de substituí-lo na alimentação da Maya (e também porque me aproveitei dos seus potinhos vazios para servi-lo nas primeiras vezes). Se preferir uma receita mais autêntica, pode tentar essa aqui. Mas para quem busca uma versão mais natural, o leite condensado, o creme de leite e o suco de pozinho podem não ser boas opções. 
Esse “danoninho” não fica tão cremoso nem tão doce quanto o industrializado, mas é uma alternativa bem mais saudável. Vale a pena tentar. A Maya gostou tanto que nem compramos mais o original. Abaixo segue a receita do de sabor morango, mas você pode variar as frutas ou combinar várias delas de acordo com a preferência da sua cria. Ultimamente tenho feito mais o de acerola com banana ou maçã com banana.

Mão na Massa

Igredientes:


- 100ml de iogurte natural
- 4 colheres (sopa) de biomassa de banana verde
- 1 polpa de morango ou 8 morangos
- 1 colher de sobremesa de açúcar mascavo ou demerara
- 1 colher de sopa de aveia
- 1 colher de sopa de linhaça
Preparo:
Bata todos os ingredientes no liquidificador, coloque em um recipiente e leve à geladeira por 3 horas.
Você pode substituir a biomassa de banana verde por duas bananas maduras médias. Nesse caso, nem precisa colocar o açúcar porque a banana dá uma adoçadinha.
Abaixo segue um vídeo que a minha amiga Priscila Vila Real compartilhou comigo. Ele nos leva a refletir sobre a quantidade de corante presente no primo do danoninho: o iogurte sabor morango. Dá uma olhada:


terça-feira, 10 de junho de 2014