sábado, 23 de agosto de 2014

Uma Professora Brasileira na Escola Mais Verde do Mundo

Entrevista do Rescola com Janaína Ricci - uma professora brasileira que leciona há um ano na Green School, em Bali, na Indosésia:

RESCOLA: Olá, Janaína. Gostaria de começar perguntando como você ouviu falar da Green School. O que te levou a querer atravessar o mundo para fazer parte dela?
JANAÍNA RICCI: Em dezembro de 2012, comecei a pesquisar organizações, escolas, instituições e projetos ao redor do mundo que tivessem visões educacionais alternativas. Minha ideia era tirar um ano sabático em que pudesse combinar duas paixões: Educação e Viagens. Fiz diversos contatos através de amigos e também de uma rede internacional de viajantes e acabei traçando um plano que se iniciaria em dezembro de 2013. Eu já estava em contato com algumas instituições na América do Sul e America Central, uma em Chicago, nos EUA, duas na África e uma em Myanmar, além de um contato na Suécia e outro na Rússia. Foi quando uma amiga compartilhou um vídeo sobre a Green School, no Facebook. Entrei no website e achei íncrivel, me arrepiei… apaixonei mesmo… aí pensei, vou incluir a Green School na minha viagem/projeto. Navegando no site, descobri que havia uma vaga exatamente para o que eu fazia: Professora de Pré-Escola. Mandei meu currículo dois dias antes do prazo final, fiz diversas entrevistas pelo Skype e fui escolhida.

RESCOLA: O que você leciona? Como é sua turma?
JANAÍNA RICCI: Sou professora de educação infantil (4 a 5 anos). Não tenho nenhum professor especialista, a não ser a professora balinesa que trabalha comigo. Dou aulas de artes, música, educação física, yoga, além dos projetos/unidades temáticas. Minha turma é íncrivel! Tenho alunos de diversas nacionalidades diferentes: Indonésia, França, Itália, Espanha, Portugal, EUA, Alemanha, Rússia, Austrália, Inglaterra… Essa diversade é maravilhosa e tiramos proveito dela para criar projetos e brincadeiras que promovem o respeito pelas diferenças e também o orgulho de ser quem você é.

RESCOLA: Como é o seu dia-a-dia na escola?
JANAÍNA RICCI: Bacana você perguntar isso. Eu recebo várias mensagens de pessoas dizendo: “Nossa, seu trabalho é um sonho, dava tudo para estar aí, trabalharia de graça”, etc, etc, etc. Sim, a Green School é incrivel, mas é um trabalho puxado. Muito puxado, eu diria. Saio de casa às 7h da manhã e dirijo minha moto por 25 ou 30 minutos, faça chuva ou faça sol, até chegar na escola. Temos reuniões antes das aulas algumas vezes por semana e então vou para a sala. Ajudo minha assistente a preparar a sala de aula, e as crianças vão chegando a partir das 8h. As crianças podem brincar livremente até às 8h45, quando guardamos os brinquedos e fazemos a roda da manhã. Trabalhamos as unidades temáticas no primeiro momento da manhã, então das 10h as 11h eles tomam lanche e podem brincar no parquinho. As 11h, eles têm aula de língua e cultura indonésia. Das 11h30 até às 12h, trabalhamos habilidades especificas, como matemática, coordenação motora, linguagem e assim por diante. Dentro de nossa grade, temos também visitas semanais à biblioteca, aulas de yoga, educação fisica, green studies e meditação, todas lecionadas por mim e por minha equipe. Das 12h às 13h15, as crianças almoçam e brincam novamente no parquinho. Nós professoras somos responsáveis por dar o almoço e supervisionar o parque. Às 13h15 as crianças entram, se arrumam e aí temos o momento da história e do descanso. Algumas crianças dormem, outras não. Essa transição dura cerca de 45 minutos. As que não dormem podem escolher uma dentre diversas atividades tranquilas até a hora de ir embora, às 15h. Eu fico até as 16h na escola, às vezes até as 16h30, quando temos reunião ou alguma atividade extra. E também faço aulas de música e bahasa indonesia depois das aulas.

RESCOLA: A primeira coisa que chama atenção na Green School é a impressionante arquitetura de bambus, mas a metodologia da escola também é bastante inovadora e peculiar. Você pode falar um pouco sobre ela? O que são os Frames, por exemplo?
JANAÍNA RICCI: Os frames nada mais são do que a maneira como o dia-a-dia na escola é dividido. Os três frames são: Integral, Instrutivo e Empírico. O frame Integral é o momento em que trabalhamos as unidades temáticas. Nestas aulas, as crianças são incentivadas a usar o máximo de criatividade, desenvolver habilidades de pensamento e habilidades de aprendizagem colaborativa. O frame Instrutivo é quando trabalhamos as habilidades específicas, como expliquei anteriormente. Neste momento, o processo ensino/aprendizagem é visível. Ou seja, o professor e o aluno sabem claramente o que estão aprendendo, como e porque. O frame Empírico são as aulas práticas. Ou seja, educação ambiental, educação fisica, artes, teatro e empreendorismo. Nas séries iniciais, as crianças ganham recursos e ampliam seu repertório através de aulas práticas com professores especialistas. Na segunda metade do ensino fundamental, eles visitam áreas de trabalho especificas para ganhar experiência. E no ensino médio, são encorajados a fazer contribuições reais para um mundo melhor.

RESCOLA: Os valores da Green School são resumidos na sigla “iRespect”, certo? O que ela significa?
JANAÍNA RICCI: Integrity, Responsibility, Empathy, Sustainability, Peace, Equality, Community, Trust. Ou seja: Integridade, Responsabilidade, Empatia, Sustentabilidade, Paz, Igualdade, Comunidade e Confiança.

RESCOLA: Quando pensamos em escolas, normalmente pensamos em algo “local”, que atende quase que exclusivamente o público da comunidade em que ela está inserida. A Green School, diferentemente, se caracteriza por atrair alunos e professores de todas as partes do mundo, o que a torna uma “Escola Global”. Quais as consequências práticas disso no cotidiano da escola?
JANAÍNA RICCI: A consequência mais clara para mim é que o diferente passa a ser algo natural e não algo a se temer. As crianças conhecem outras culturas na prática e não baseadas em estereótipos criados pela midia. Eu mesma mudei muito depois que passei a viajar e a hospedar pessoas de graça na minha casa como uma forma de intercâmbio cultural. Acredito que um dos grandes males da nossa sociedade é não saber lidar com o diferente. Somos ensinados a amar nossos semelhantes, mas a maior parte do mundo é diferente de nós. E aí? O fato de termos professores do mundo todo – e este ano vamos ganhar mais dois professores de nacionalidades diferentes – faz com que acabemos trazendo um pouco da nossa cultura pra escola. No meu caso, trabalhei lendas brasileiras na unidade temática de contos de fadas e diversas brincadeiras de rua nas aulas de educação física. Quer coisa mais linda que ver um alemãozinho de cinco anos, cantando “Tango Tango Morena”, uma semana depois de ter chegado na escola? E todos os meus alunos cantam Escravos de Jó [risos].
Vi aqui.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Caminhe um pouco mais firme, mãe!


No caminho simples
A pequena menina disse à sua mãe
Eu estou seguindo suas pegadas, mãe
E não quero cair
Às vezes eu as vejo nitidamente
Outras vezes mal posso enxergá-las
Caminhe um pouco mais firme, mãe!
Para eu poder lhe seguir.

Eu sei que há muito tempo 
Você percorreu caminhos difíceis que não queria percorrer
Conte-me tudo sobre esse tempo, mãe, pois eu preciso saber
Às vezes quando eu duvido, eu não sei o que fazer
Caminhe um pouco mais firme, mãe!
Para eu poder lhe seguir.

Um dia, quando eu crescer
Você é quem eu gostaria de ser
Então eu terei uma pequena garotinha 
Que vai querer me seguir
Eu quero poder saber conduzí-la à Verdade
Caminhe um pouco mais firme, mãe!
Para eu poder lhe seguir.


Trata-se, simplesmente, de caminhar cada dia um pouco mais firme e ereto. Cada dia ser um pouquinho menos mentiroso, menos terrorista, menos desintegrado. Cada dia ser capaz de um pouco mais de veracidade, de amor, de fraternidade. Caminhe um pouco mais firme, pai, mãe, político, empresário, educador, cientista, artista, sacerdote, terapeuta! Para que valha a pena as crianças também caminharem ao nosso lado. Para que possamos, juntos, reinventar o mundo e realizar plenamente o esplendor da Utopia Humana.

Vi aqui.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Midnite - New Life

Música linda que já fazia parte da minha vida antes da Maya, mas adquiriu sentido e dimensão muito maiores depois dela. Obrigada, meu Deus, por esse presente que eu vou segurar para sempre perto do coração.


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A Vida que eu Quero pra Você em 4 Elementos

Que você cresça com o pé no chão. Mas não como alguém que, preso ao solo, não se permite voar. Que viva como uma selvagenzinha que, livre de sapatos, sente a terra no seu corpo e desenvolve com ela uma relação de amor. 

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Que mergulhe de cabeça na vida e em Deus. Que seja banhada por Ele e por Seu espírito. E que a cada imersão nas águas da natureza, você sinta como se estivesse em Seu útero, protegida e acalentada por Ele como esteve um dia por mim, nas minhas águas.  Que o nosso pai te guie eternamente por águas tranquilas, peixinha linda.

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Que voe alto e longe, mas que esse voo seja seu. Que VOCÊ determine o quão alto e longe ele deve ser. Que alcance o SEU céu e as SUAS estrelas sem se prender às expectativas alheias, nem mesmo às minhas. E que em cada respirar, você sinta o fôlego da vida que lhe fez alma vivente.


Que a sua presença seja como chama acesa, clareando e aquecendo a vida das pessoas ao seu redor. Que ela transcenda alqueires e veladores. E que o medo de se queimar não lhe impeça de conhecer a luz e o calor. Fogo é o seu elemento, leãozinho. Você vai saber lidar com ele melhor do que eu.



terça-feira, 19 de agosto de 2014

Dia de Maya!

Ontem Maya completou mais um ano de vida!

Há 3 anos ela chegava para mim na sala da nossa casa. Tantas coisas se passaram desde então, por tantas outras casas passamos nessa nossa vida cigana, mas quando olho para trás a sensação que eu tenho é que parece que foi ontem que me tornei sua mãe. É como todo mundo sempre diz: o tempo voa!

Eu a vi aprender uma grande quantidade de coisas ao longo desse tempo e aprendi com ela pelo menos o triplo dessa quantidade. Uma das coisas mais importantes que ela tem me ensinado é que o dinheiro é realmente um pedacinho de papel que a gente não leva para o céu. Por isso decidi desde o seu primeiro aniversário que o meu presente para ela seria sempre viver o presente com ela. 

A ideia é fazer isso todos os dias, todos os minutos, mas enquanto não consigo me desvencilhar das coisas que me atrapalham de fazer isso o tempo todo, pelo menos nos "dezoitos de agosto" tá garantido viver como se não houvesse amanhã.

O dia da Maya de 2014 foi simples, mas divertido. Não teve shopping center nem mega parque de diversões, mas teve rolé de bike, café da manhã na praia, parquinho 0800, bolo feito com a ajuda da aniversariante, parabéns cantado às 21h33, papai, mamãe, Maya, beijo, abraço, sorriso e amor. Olha como foi: 

O CAFÉ DA MANHÃ








O FIM DE TARDE







O BOLO 






O PARABÉNS 




domingo, 17 de agosto de 2014

Escolas Multisseriadas

Vistas como um modelo de educação retrógrado e precário, as chamadas escolas multisseriadas se apresentam para mim como uma possibilidade maior e mais ampla de desenvolvimento do que o padrão urbano de ensino. Como se todas as crianças nascidas no mesmo ano fossem iguais, as escolas comuns as agrupam por idade, limitando a sua convivência com colegas de diferentes faixas etárias ao período do recreio. Penso que em vez de preparar alunos para a realização de uma prova, as escolas deveriam prepará-los para a vida em comunidade, e viver em comunidade implica em se relacionar com crianças, adultos e idosos trocando experiências e superando diferenças. Por isso, compartilho hoje uma pequena matéria da Suellen Smosinsk, que ouviu professores do meu tão amado Vale do Capão:

Segundo dados do Censo Escolar de 2011, 45.716 escolas do Brasil ainda possuíam salas multisseriadas, onde são ministradas aulas para alunos de diferentes idades e séries. Destas, 42.711 ficam na zona rural e 3.005 na zona urbana – são 1.040.395 matrículas na zona rural e 91.491 na urbana. Para educadores ouvidos pelo UOL na região da Chapada Diamantina (BA), o modelo de salas multisseriadas pode ser benéfico para a alfabetização e aprendizado dos alunos.
No entanto, a educadora reconhece que muitos professores que trabalham em parceria com o instituto gostariam que as salas multisseriadas não existissem mais. Ela também vê com ressalvas salas com alunos de idades muito diferentes.

"Eu fui professora de sala multisseriada e acho fantástico. Tem uma oportunidade muita rica de você fazer agrupamentos produtivos, das crianças se integrarem e aprenderem juntas. Porque o conhecimento tem essa natureza da diversidade e da participação colaborativa de todo mundo", afirmou Cybele Amado, presidente e diretora executiva do Icep (Instituto Chapada de Educação e Pesquisa).
"Se você juntar crianças de 5 e 6 anos com adolescentes de 16 e 17 anos é um pouco complexo por causa da distância das idades, mas isso não quer dizer que, mesmo nas salas seriadas, eles não possam ter espaço para aprender juntos", disse Cybele.
Cybele acredita que o sucesso das salas multisseriadas depende da formação continuada do professor e de planejamento. "Na Chapada, existe um grande número de multisseriadas, mas não é mais com crianças de 5 a 10 anos. Você junta a antiga 1ª com a 2ª série, a 3ª com a 4ª. Antes eles estavam todos juntos, hoje é mais dividido, mas ainda tem também [salas com alunos de idades muito diferentes]".
A professora Mab Silva Vieira Santos, que trabalha com educação infantil no município de Ibitiara (a 404 km de Salvador), contou que a filha conseguiu se alfabetizar aos quatro anos de idade, em uma escola da zona rural. "Eu acho que as crianças de outras cidades muitas vezes não sabem o que os alunos de Ibitiara já aprenderam. Como mãe, a gente fica despreocupada. Não colocaria meus filhos em uma escola particular", falou. A coordenadora pedagógica Neurilene Ribeiro, 44, acredita que as salas multisseriadas nas zonas rurais representam uma forma de garantir os estudos nessas regiões, pois nem sempre existe um quantitativo de alunos que dê para formar salas seriadas. "Eu defendo a fertilidade das classes multisseriadas se forem asseguradas as condições institucionais e pedagógicas que são próprias do ensino", afirmou. Para ela, uma escola não pode ser considerada ruim por ser rural ou multisseriada: "Ela é ruim por não ter as condições mínimas asseguradas", completa.

Vi aqui.

sábado, 16 de agosto de 2014

Porta dos Fundos - Morando Sozinho

Embora seja um vídeo de comédia, é sobre uma tragédia que ele fala: aquela que acontece quando criamos filhos excessivamente dependentes de nós. E como a maioria dos nossos erros maternos, é quase sempre com a melhor das intenções que permitimos que ele ocorra.  É o nosso desejo de poupá-los de tudo e dar-lhes uma vida confortável que acaba tornando-os adultos incapazes de gerir a própria vida. Por isso penso que, buscando o equilíbrio e tomando cuidado para não obstruir a infância da cria com obrigações domesticas, devemos estimular nossos filhotes a se virarem. Acho que vale mais apena ensiná-los a fazer as coisas sozinhos do que acostumá-los a ter sempre quem faça.  




sexta-feira, 15 de agosto de 2014

21:21

Na era da informação que surge na velocidade da luz não há como saber que tipo de conhecimento será efetivamente útil para os nossos filhos daqui a 10, 15 ou 20 anos. Por isso acho que não faz sentido continuar insistindo no conteúdo limitado estabelecido por uma legislação obsoleta. O caminho, penso eu, é mudar o foco do QUE aprender para COMO aprender. Desenvolvendo livremente as habilidades de investigar, refletir e questionar, eles serão capazes de descobrir o que e quando quiserem ou precisarem. E permitindo-me contrariar o que o Dr. Kirpal Singh diz no vídeo abaixo, não penso que isso signifique educar para o futuro. É do presente que falamos quando proporcionamos liberdade e autonomia às crianças em seu processo de aprendizagem. Mas concordo que um presente bem vivido, traz naturalmente um futuro melhor.

A seguir, o documentário 21:21, citado acima. Filmado em 9 países diferentes, ele destaca a necessidade urgente de alinhamento dos nossos métodos de aprendizado com o século 21. Foca excessivamente em tecnologia, na minha humilde opinião de teórica-da-conspiração-apavorada-com-a-ideia-de-máquinas-dominando-o-mundo. Mas de qualquer forma, acho que mostra uma perspectiva interessante sobre a participação ativa da cria na própria educação. Olha aí:


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Parando de Aprender

Como que dando um tapa na cara da sociedade regida por padrões de normalidade, o autista Jacob Barnett apresenta sua perspectiva única sobre aprendizagem. Bom pra repensarmos a deseducação que temos dado à cria. Se as crianças pudessem simplesmente parar de aprender o conteúdo engessado que não lhes serve para nada, chegariam mais longe e desenvolveriam de forma plena e livre as suas habilidades naturais.



quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Erick von Sohsten - Meus Meninos

A cria cresce! Essa música foi composta pelo  Erick von Sohsten para os seus já crescidos filhos Anna Clara, Arthur, Victor e Paulo Henrick. Vale muito a pena escutar esse som. E não é só porque ele é meu primo, não. A música é linda mesmo! Olha só: 


terça-feira, 12 de agosto de 2014

Conheça a escola onde as aulas acontecem na floresta


Compartilho hoje matéria do Vicente Carvalho sobre uma escola que poderia concorrer com a Green School ao título de escola mais verde do mundo:

A educação passa por um processo de transformação. O modelo educacional vigente está desfasado há décadas e não podemos tentar ensinar às nossas crianças e adolescentes um conteúdo que eles podem acessar na hora que quiserem em qualquer celular que tenha wi-fi. Muitos movimentos de vanguarda acontecem pelo mundo e um deles é a IslandWood, uma escola ao ar livre em Seattle, nos EUA.

IslandWood é um exclusivo centro de aprendizagem ao ar livre de 255 hectares, projetado para oferecer experiências excepcionais de aprendizagem ao longo da vida e inspirar a gestão ambiental e da comunidade, combinando a pesquisa científica, a tecnologia e as artes para ajudar os estudantes a descobrir as conexões naturais e passarem a se integrar mais à natureza, coisa que não acontece no cotidiano urbano das crianças.

Baseada nas ideias de aventura e exploração sugeridas pelas próprias crianças da região, Debbi e Paul Brainerd, moradores de Bainbridge Island nos EUA, fundaram a escola na floresta em 1997 – uma organização sem fins lucrativos e que conta com um design inovador, que se tornou exemplo de economia de energia e de estilo de vida sustentável, ensinando valores vitais para o desenvolvimento crítico e analítico dessas crianças.

A escola prova que a natureza, com sua infinita beleza e força, consegue nos auxiliar a sermos pessoas melhores, mais saudáveis e mais conectadas a valores que realmente valem a pena.














Abaixo um vídeo (em inglês) mostrando uma das experiências na IslandWood: 



Vi aqui.

domingo, 10 de agosto de 2014

Aos Pais da Minha Vida

Seu Roberto
Meu pai-herói que sempre acreditou em mim. Um cara com sede de conhecimento que me ensinou que a mente é uma caixinha infinita – caso contrário a dele já teria explodido há muito tempo. Nunca vi alguém gostar tanto de aprender e de questionar a todo instante o que aprende. Admiro muito a sua integridade e a capacidade que você tem de rir de si mesmo em qualquer situação. Meu maior exemplo de disciplina, foco e autocontrole, você tem me provado a cada encontro que com essas três coisinhas na mochila, não há objetivo que não possa ser alcançado. Obrigada, paiê, pelo seu apoio incondicional ao longo da minha vida! Ele era sentido mesmo de longe, quando não estávamos próximos fisicamente e foi fundamental para que me tornasse quem eu sou. Te amo!

Seu Renato
Em primeiro lugar, parabéns pelo seu dia e pelo pai que você foi para os seus filhos. E em segundo lugar, obrigada pelos conselhos que você prestou aos filhos da sua mulher. É bem verdade que nem sempre eu entendi o que eles significavam e que foram muitas vezes motivo de discussões entre nós. Mas como você mesmo previa, o tempo passou e eu cresci. Hoje entendo que eles representavam os valores de um cara que teve que se virar sozinho desde muito cedo e queria transmitir adiante a capacidade de gerir a própria vida o quanto antes. Pode acreditar que agora tudo faz sentido. Valeu, Renatão!!

Ed
Confesso: nem nas minhas expectativas mais otimistas previ que você fosse ser o pai que é. Foi um pouco chocante para mim ver como você se transformou de repente, assumindo essa postura de homem responsável. A mudança que aconteceu em você foi instantânea. Não foi o processo lento pelo qual sei que ainda estou passando e que às vezes acho que nunca vai chegar ao fim. No fim das contas, você virou o adulto da casa e tem agora duas crianças. E acho que já percebeu que, pelo menos da maior delas, você está condenado a cuidar para o resto da vida. Mas não é apenas sobre responsabilidade a sua paternidade. É sobre amor. Mas para explicar melhor, precisaria entrar em detalhes do nosso cotidiano, e conheço o suficiente o seu jeito reservado para saber que você não ficaria muito a vontade com exposição. Então vou me limitar a dizer apenas que te amo mais hoje do que antes e por coisas que nunca imaginei. A chegada da Maya nas nossas vidas me fez amar você por algumas atitudes que nada tem a ver com romantismo. Sou apaixonada pelo amor de vocês e isso me faz ter certeza que vamos conseguir superar qualquer desavença que possamos ter. Entre o meu céu e a sua terra há um mundo inteiro de possibilidades, moreno. A gente vai achar o ponto de equilíbrio. 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Quando o Pai se Vai


Eu nunca consegui entender por que tantos pais se vão. Segundo dados do censo escolar de 2011, são pelo menos 5.5 milhões de brasileiros com essa lacuna na história e na identidade: a ausência paterna no registro civil. E há ainda aqueles pais que ficam, mas é como se tivessem ido. Talvez não conseguissem conviver com fato de que há um pedacinho deles espalhado pelo mundo, mas não se entregam à intensidade do encontro que lhes foi permitido. 
Mas se ficar apenas por ficar, de corpo ou de bolso presente, não faz do homem um bom pai, o que faria então? Não é tão simples dizer. Assim como não podemos supor um modelo de mãe ideal, também não podemos determinar a fórmula paterna. Faz parte do complexo universo das relações humanas que envolve, entre tantas outras coisas, a tradição, o biológico, a genética e o código de cada família. Mas acho que cada vez mais, a sociedade está demandando dos homens que repensem a sua postura de pai. É cada vez mais necessário um pai que não se restrinja a provedor do lar ou referencial de limites, mas que dê carinho, afeto, e divida com as mães funções que antes eram apenas destinadas às mulheres. O pai que permite que cedam as muralhas da autoridade para dar espaço aos alicerces construídos pelo diálogo e pelo respeito mútuo.
A música do GOG começa falando do pai que abdicou da função de pai, e termina falando do pai que acumulou as funções de pai e mãe. É o que acontece quando, por algum motivo (tragédia familiar, fracasso nos relacionamentos, descaso materno, etc), é a mãe quem vai embora. É tão mais comum vermos o contrário, que sempre acaba rolando aquele preconceito em relação ao pai solteiro. Por isso separei uma pequena lista de filmes que trazem de alguma forma a combinação HOMEM+CRIA-MULHER=FINAL FELIZ. Aqui vai:


MENINA DOS OLHOS











Sinopse: Ollie Trinke (Ben Affleck) é um homem casado e bem-sucedido no emprego, que parece ter tudo o que sempre quis na vida. Porém sua vida de sonho desmora após sua esposa, Gertrude (Jennifer Lopez), morrer, deixando uma filha, Gertie (Raquel Castro), para Ollie criar. Ollie decide então deixar o emprego e ir morar em Nova Jersey, na casa de seu pai (George Carlin), onde foi criado. Lá ele arruma um trabalho desinteressante e busca encontrar ânimo para seguir em frente, enquanto que Gertie acha que Nova Jersey é um verdadeiro paraíso.


IMAGINE SÓ















Sinopse: Evan (Eddie Murphy) é um executivo de finanças que já não consegue mais controlar o declínio vertiginoso de sua carreira. Desesperado e sem saber o que fazer, decide ouvir sua filha pequena, que o convida a penetrar em seu mundo imaginário. É quando Evan vai começar a encontrar vários caminhos para resolver seus problemas.


O PAIZÃO















Sinopse: Um sujeito irresponsável passa a tomar conta do filho de um amigo que saiu em viagem. Sem jeito para ser pai, ele aos poucos vai aprendendo a lidar e gostar da criança, e vê a chance de reconquistar sua namorada, agora que está se tornando alguém mais correto.


TREINANDO O PAPAI















Sinopse: Joe Kingman (Dwayne Johnson) é um famoso quaterback da equipe de Boston, que está em plena disputa do campeonato. Joe é um solteiro convicto, que gosta de usufruir da fama e da riqueza que possui. Até que conhece Peyton (Madison Pettis), sua filha de 7 anos que até então não sabia que existia, resultado de um último encontro com sua ex-esposa. Peyton passa a morar com Joe, o que faz com que ele tenha que se dividir entre treinos, festas e aulas de balé clássico, além de outras atividades as quais não está acostumado.


A VIDA É BELA















Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial na Itália, o judeu Guido (Roberto Benigni) e seu filho Giosué são levados para um campo de concentração nazista. Afastado da mulher, ele tem que usar sua imaginação para fazer o menino acreditar que estão participando de uma grande brincadeira, com o intuito de protegê-lo do terror e da violência que os cercam.


A PROCURA DA FELICIDADE











Sinopse: Chris Gardner (Will Smith) é um pai de família que enfrenta sérios problemas financeiros. Apesar de todas as tentativas em manter a família unida, Linda (Thandie Newton), sua esposa, decide partir. Chris agora é pai solteiro e precisa cuidar de Christopher (Jaden Smith), seu filho de apenas 5 anos. Ele tenta usar sua habilidade como vendedor para conseguir um emprego melhor, que lhe dê um salário mais digno. Chris consegue uma vaga de estagiário numa importante corretora de ações, mas não recebe salário pelos serviços prestados. Sua esperança é que, ao fim do programa de estágio, ele seja contratado e assim tenha um futuro promissor na empresa. Porém seus problemas financeiros não podem esperar que isto aconteça, o que faz com que sejam despejados. Chris e Christopher passam a dormir em abrigos, estações de trem, banheiros e onde quer que consigam um refúgio à noite, mantendo a esperança de que dias melhores virão.


KRAMER x KRAMER



















Sinopse: Ted Kramer (Dustin Hoffman) é um profissional para quem o trabalho vem antes da família. Joanna (Meryl Streep), sua mulher, não pode mais suportar esta situação e sai de casa, deixando Billy (Justin Henry), o filho do casal. Quando Ted consegue finalmente ajustar seu trabalho às novas responsabilidades, Joanna reaparece exigindo a guarda da criança. Ted não aceita e os dois vão para o tribunal lutar pela custódia do garoto.