sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

No mar o meu céu

Se há de Ti em cada cantinho da face da Terra, se todas as coisas são Tuas
Posso crer que é Tua também a dança que danças com as marés e com as luas

Se Teus são todos os caminhos, Tua santa ressaca me puxa para dentro de Ti 
Ali minh’alma encontra conforto e meu espírito sorri

Se és Tu aquEle a quem até o mar obedece
Neste santuário azul posso também Te entregar minha prece

Se transcende tempo e espaço Teu amor por cada ser humano
Foi também por mim que derramastes as lágrimas com que enchestes o oceano

Neste templo salgado, do Sagrado eu me inundo
Pedindo-Te que a cada mergulho faças-me mais sal da terra e luz do mundo

Em Ti deposito o meu coração, com as Tuas águas limpas as minhas feridas
E no vai e vem de Tuas ondas me ensinas sobre os altos e baixos da vida

Em Tua  correnteza sinto mais livre do que jamais poderia ser
Tu me libertas de mim, reescreves o meu viver


E quanto Te canto pedindo uma onda, com um sopro de amor Tu respondes para mim
Cá dentro do coração ouço a Tua voz dizendo assim:

“Homens de pouca fé, porventura não sabem que já tem o que pedem?
A onda por que suplicas, filha minha, é tua desde antes do Jardim do Éden

E assim vejo que em cada onda Tu me concedes uma nova oportunidade
Aponto para a fé e remo, confiante na Tua soberana vontade

Mas já não vem do meu braço a força que me impulsiona , é a Tua mão que me conduz
A mesma mão que um dia com meus pecados preguei na cruz

No deslizar da prancha Te faço cócegas, na crista da onda faço meu monte Sião
Criador e criatura surfando juntos no mistério da imensidão 

E quando na carona de Tua espuma, para a terra firme eu regresso
Levo para areia a certeza de que Tu és o Rei do Universo

Príncipe da paz, Senhor na terra e no céu
Fonte de toda vida, Origem de cada swell

Tu reinas absoluto no infinito e mais além
De Ti, por Ti e para Ti são todas as coisas, amém 

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Como explicar um aborto para uma criança de 4 anos

Era uma vez um coração gigante e cheio de luz. Ele media 5 universos de comprimento por 3,5 de largura e brilhava mais que mil sóis de meio-dia. Seu nome era DEUS.

Numa bela noite DEUS retirou um pontinho de luz minúsculo lá de dentro de suas entranhas e o transformou em um coraçãozinho bem pequenininho do tamanho de um grãozinho de areia. Chamou esse novo coração de Carocinho e disse:

- Semente de amor, pedaço de mim... É chegada a sua hora de conhecer a carne. Tenho uma missão para você lá embaixo. Para isso vou precisar dividir você em duas partes iguais. Vou colocar uma dentro de um homem e a outra dentro de uma mulher. Mas não se preocupe. Suas duas metades vão se encontrar novamente e você vai virar um carocinho de feijão. Então habitará o ventre da mulher por até quarenta semanas. Esse é o tempo que você terá para decidir se quer ou não conhecer o mundo. Durante esse tempo você poderá, a qualquer momento, pedir para voltar para mim. Basta cantarolar uma musiquinha que diz assim: “eu quero voltar ao primeiro amor, ao primeiro amor, eu quero voltar a Deus...”

 E soprou – o em direção à Terra.

Alguns dias depois Carocinho se percebeu em um lugar escuro e apertado. Não sabia muito bem como tinha ido parar ali nem por que motivo. Algumas poucas recordações lhe surgiam como flashes. Algo a respeito de uma missão. Mas as lembranças eram tão vagas e desconexas que ele não podia ter certeza de nada.

Começou a explorar o espaço ao seu redor e logo descobriu que, se encostasse o ouvido em uma das paredes da caverna onde estava, era possível escutar vozes. Uma dessas vozes era ouvida com maior freqüência e soava de modo diferente das outras. Quando ela falava, tudo dentro da caverna vibrava junto, e de alguma forma Carocinho percebeu que estava dentro do ser de onde ela emanava. Passou a chamar aquela mulher de Mãe. Às vezes Mãe cantava para ele e, quando isso acontecia, uma frestinha bem pequena se abria no teto da caverna. Através dessa frestinha ele podia ver um coração transbordando de amor.

Havia uma outra voz, mais grave, que Carocinho ouvia bastante também. Desde que a escutou pela primeira vez, ele teve certeza de que havia um pouco dele no dono daquela voz. Ele sentia como se fosse um pedaço daquele homem a quem passou a chamar de PaiA voz de Pai vibrava na freqüência do amor e do cuidado e inspirava-lhe confiança.

E aquela outra voz... que vozinha engraçada! Ela vinha de uma pessoa pequena a quem costumavam chamar de Maya. O som que brotava de Maya emanava inocência e cumplicidade. Carocinho teve certeza de que construiria com aquele serzinho uma relação de parceria e amizade sem igual. E quanto mais ouvia aquela família falar, mas ansioso ficava para fazer parte dela.

Mas o Grande Coração trabalha de forma misteriosa, e Carocinho não sabia o que estava por vir.

Um belo dia, enquanto se dirigia à parede das vozes, ele se deparou com uma porta. Estranho. Por que não havia reparado nela antes? Teria ela estado ali ontem? Tomado pela curiosidade, Carocinho abriu a porta e ficou extasiado com o que viu.

Era uma floresta grande e densa. Árvores de várias espécies e tamanhos diferentes ali estavam. Mas como toda forma de vida, a floresta não estava pronta e acabada, mas em constante processo de transformação. Como um ciclo perfeito e infinito. No mesmo instante em que folhas caídas secavam e fundiam-se ao solo, pequenos raminhos brotavam das entranhas da Terra. E foi para um desses raminhos que ele olhou com mais atenção. Era um pequeno pezinho de feijão que parecia não estar se desenvolvendo muito bem. Enquanto os outros cresciam e tomavam forma, ele parecia fraco e atrofiado. Nesse exato momento uma rajada de vento invadiu a floresta e ele foi tomado por uma sensação estranha.

Assustado sem saber muito bem com o quê, Carocinho voltou correndo para a caverna e ali ficou remoendo dias e noites aquela visão. Por que aquela plantinha sem força havia provocado esse efeito tão devastador na sua alma? Por que sentia que aquilo lhe queria dizer alguma coisa? Feijão, feijão... Onde tinha ouvido falar de feijão antes? Coração, missão, feijão, homem, mulher. Uma avalanche de palavras lhe invadiu os pensamentos. Ele ficou confuso, muito confuso. A confusão era tanta que ele desmaiou. E quando acordou, já não havia tumulto em sua mente. Ele havia entendido tudo.

Entendeu que aquele pezinho de feijão que não estava conseguindo crescer representava ele. Alguma coisa no processo de desenvolvimento de Carocinho não estava indo bem. Em algum ponto algo importante se perdeu. Ele poderia continuar adiante, mas precisava estar ciente de que tudo seria mais difícil para ele no mundo pós-ventre. Carocinho então teve medo. E uma canção soou.

Soou primeiro no silêncio de seu coração. Uma canção sem som que lentamente ganhava volume e potência. E de repente aquela pequena semente bradava a plenos pulmões:

“EU QUERO VOLTAR AO PRIMEIRO AMOR, AO PRIMEIRO AMOR, EU QUERO VOLTAR A DEUS!”

Um anjo lindo invadiu a caverna nesse momento, tomou Carocinho nos braços e o levou de volta para o Grande Coração. E lá na tenda do Infinito onde o tempo e o espaço não existem, um pequeno pontinho de luz chorava:

- Eu falhei, DEUS! Não consegui realizar a tarefa que Você me confiou. Eu tive medo! Eu tive muito medo!

E foi uma voz suave que o consolou. Dela emanavam poder e doçura com a mesma intensidade:

- Não há razão para chorar, pequeno coração. Tudo está como deve ser. Há muitas coisas que você não consegue compreender. São insondáveis os meus caminhos. Mas saiba que a sua missão foi cumprida com louvor. O tempo que você esteve entre aquela família foi suficiente para provocar intensas transformações em todos eles. Eles terão ainda que lidar com a sua perda. Esse processo vai ser doloroso e sofrido, mas profundamente enriquecedor. Eles terão que se unir para superá-lo e vão precisar muito de mim. Eu estarei ao lado deles o tempo inteiro. Ao final de tudo isso eles estarão mais fortes como família e mais perto de mim. Por ora, era essa a promessa que havia de se cumprir ali.


E com um fôlego de amor Deus soprou aquele pontinho de luz novamente. Mas dessa vez em direção ao céu, onde ele agora brilha noite após noite para sempre. 




sábado, 15 de agosto de 2015

Semente de Surpresa - A saga de um bebê prematuro



E lá do topo do universo Deus se preparava para lançar uma semente à Terra:

- Você entendeu tudo mesmo, Surpresinha?

- Entendi sim, Senhor. Primeiro, escolher um lugar especial com terra bem fértil para morar. Depois, esperar quarenta trocas de lua para brotar. E, em seguida, vem aquela parte do ‘crescei e multiplicai’. Entendi tudo direitinho sim.

- Pois bem, meu amor. Então vá.

E assim a semente começou a cair lentamente. Lá do alto avistou um jardim. Descobriu que ele pertencia a um jovem casal. Não tinham outras plantas. Ela seria a primeira. Talvez fossem um pouco inexperientes, mas Surpresinha gostou muito deles. Sentiu que aquele era o melhor lugar para ela crescer e rumou para lá.

 Quando os donos do jardim perceberam a semente vindo em sua direção, ficaram assustados. Não estavam preparados para cultivar uma vida naquele momento. Havia outros planos. Na verdade ainda estavam em fases de ajustes, equilibrando os projetos pessoais de um com os interesses do outro. Mas Surpresinha não quis saber. Não teve negociação. Sem pedir licença nem nada ela penetrou a terra. E nesse dia, algo mágico aconteceu.

 O amor começou a brotar no coração daquele casal. Os medos, as dúvidas e o anseios ainda estavam lá, mas pouco a pouco o amor ia crescendo e tomando cada vez mais espaço ali dentro. Então eles começaram a cuidar do jardim. Uma capinadinha aqui, outra ali. Num dia adubavam, no outro extraíam as ervas daninhas. Queriam deixar o jardim bem bonito para receber aquela nova plantinha.


Enquanto isso, debaixo da terra...

- Comé que era mesmo, Senhor? Sair depois de quarenta luas, não é? Já se foram trinta. Tá quase lá!

- Não, Surpresinha. Você está confundindo. Eu disse quarenta TROCAS de lua. Ainda falta bastante tempo para você brotar. Tenha paciência.

Algumas trocas de lua depois...

- Senhor! Já perdi a conta de quantas luas se foram. Não quero ficar mais aqui embaixo. Quero conhecer logo o mundo e esses seres que já me amam sem me conhecer. Posso ouvir suas vozes. Eles conversam comigo.  Sei que vão ficar felizes em me ver.

- Ouça bem, Surpresinha. A vida lá em cima vai exigir bastante de você. Essas quarenta trocas de lua representam o tempo ideal para você crescer e se fortalecer o bastante para enfrentar as adversidades .  É por isso que a maioria das sementes espera esse tempo. Mas a escolha é sua. Você pode brotar antes, se preferir. Mas saiba que as coisas serão mais difíceis se isso acontecer, e você poderá não resistir. Pense com calma antes de tomar sua decisão.

Mas Deus já sabia qual seria. Sabia que aquela semente era diferente das outras. Uma sementinha de vitória que estava destinada a superar grandes desafios logo no início da vida. Ela certamente não escolheria o caminho mais fácil.

E assim sucedeu que na 28ª troca de lua, um raminho minúsculo brotou no jardim do jovem casal.

Logo que sentiu os primeiros raios de sol, Surpresinha percebeu que a jornada seria mais difícil do que ela havia suposto. E tinham também os ventos. A menor brisa parecia ser capaz de arrancá-la do solo. Quando vieram as primeiras chuvas, inundada, a plantinha bebê pensou que não fosse suportar. Mas lá estavam os proprietários do jardim lhes dizendo o quanto ela era linda, que acreditavam nela, que ela ia conseguir. Ela podia sentir o quanto eles a amavam. Estavam juntos naquela semeada. Eles contataram familiares e amigos, e rapidamente se formou uma corrente de orações e vibrações positivas em favor daquele raminho de vida. A luta era diária: num dia, brotavam cinco folhinhas verdes, no outro , secavam três. Supresinha chegou a ficar com apenas uma folhinha quase seca, mas nesses momentos de tristeza chegavam as energias dos bons pensamentos, e a esperança se mantinha firme.

A pequena planta começou a perceber que o mesmo Sol que queimava, alimentava também. O mesmo vento que sacudia, refrescava. A mesma chuva que encharcava, saciava-lhe a sede. Era apenas uma questão de se conectar com eles para usá-los a seu favor. Percebeu também que a força do amor e o poder da fé podiam fazer milagres.

A partir daí ela começou a crescer, e crescer e crescer...

Folhas novas surgiam a cada dia. Vieram os primeiros frutos. Meio arredondados, vermelhos e muito saborosos. Começaram a aparecer timidamente, mas como num passe de mágica passaram a se multiplicar. E eis que um belo dia, eram tantas as amoras que os donos do jardim já não podiam contar.

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Amiga linda, irmã de coração... nem sei o que dizer direito. É tão estranho ver aquela menina que eu conheci se transformar tão rápido em mulher. Uma leoa que tira forças de onde nem sabe que tem para dar para a cria.

Quando soube que você estava grávida pensei no tanto de coisas de poderia compartilhar com você. Mas a verdade é que Deus prepara uma experiência única para cada uma de nós. Conselhos até podem ser bem vindos em determinadas ocasiões, mas certas coisas teremos que aprender por nós mesmas.

Hoje você está aí em meio a um mundo de informações sobre as quais eu nunca ouvi falar. Idade cronológica, idade corrigida, tempo contado em semanas, tempo contado em meses, horário de visita, horário de ordenha... Nada sei sobre isso, Amandinha. Em nada posso ajudar. A única coisa que posso compartilhar agora é algo que tenho aprendido recentemente: o tempo não existe. Tudo que você tem é o AGORA.

É o meu desejo mais sincero que essa historinha que eu contei para Maya se torne profecia na vida de vocês. Mas não é só o fim dela que importa. Não é só o momento em que a o brotinho frágil se torna uma árvore frondosa. Tão importantes quanto essa transformação grandiosa, são as pequenas conquistas diárias da plantinha. Cada raminho novo que brota, cada folhinha que surge e é comemorada. Sem eles a Amoreira não seria completa. 

Desejo que vocês dois, jovens proprietários do jardim, vivam intensamente cada minuto ao lado da Amora. Sei que vocês nem por um minuto sequer deixaram de acreditar nela. Essa força e esse amor dentro de vocês é sem dúvida o maior bem que essa plantinha bebê pode ter. Ela já veio ao mundo abençoada e já tem tudo o que precisa: a sagrada família, o projeto precioso de Deus.

E a minha família está com a sua. Maya e Amora são irmãzinhas de coração também. Quando estiver com a nossa menina, fala para ela que a titia a ama demais e acredita na força dela. 

Amo vocês!

sábado, 20 de junho de 2015

Excesso de organização pode ser prejudicial ao desenvolvimento do seu filho

Pensa numa casa bagunçada

"Boas mães têm chãos pegajosos, cozinhas bagunçadas, pilhas de roupa, fogões sujos e crianças felizes!"

E baratas brincando de esconde-esconde - completariam algumas mães. E talvez tenham razão. Sou obrigada a concordar que a parte do chão pegajoso traz à mente um cenário um tanto quanto porco. Ainda assim, eu gosto muito dessa frase. Ela me traz a ideia da possibilidade de movimento na educação da cria. Vou explicar melhor, mas antes vamos ver um pouco do que nos disse o renomado psiquiatra José Ângelo Gaiarsa antes de nos deixar:




Antes, muito antes de sonhar em ficar grávida, ouvi uma colega do local onde eu estagiava se gabar de nunca ter precisado alterar um único milímetro da sua casa por causa dos seus filhos. Ela dizia ter em sua sala uma mesa de centro com centenas de bibelozinhos de vários lugares do mundo e que nunca havia sequer cogitado tirar qualquer deles dali. A cria foi militarmente adestrada desde cedo para não chegar nem perto daquele lugar sagrado. E conforme ela foi contando, fui percebendo que na verdade TODOS os lugares de sua casa eram sagrados e intocáveis para as crianças. Ela dizia, com aquele ar de orgulho, que uma visita poderia chegar de surpresa a qualquer instante que a sua casa estaria organizada de forma impecável sem uma almofada fora do lugar. E eu, que por ser a única não-mãe do setor me mantinha até então alheia à conversa, não pude deixar de perguntar: "o que os seus filhos fazem então?"

Foi uma pergunta inocente e espontânea. É que eu lembro da minha infância, eu e meu irmão pulando de um sofá pro outro. O sofá não era um sofá. Era o pedacinho de terra que nos mantinha a salvo da larva. Sim, a larva. O chão era fogo. Se caíssemos, morreríamos. E as bugigangazinhas da mesa de centro? Eram personagens fantásticos para as nossas histórias. Lembro até hoje de uns pintinhos que a minha vó tinha em vários tamanhos diferentes. Alimentaram tanto a minha imaginação, como poderia me esquecer? Essas coisas que não eram "de brincar" eram sempre mais atrativas e estimulantes do que os próprios brinquedos, já que não vinham com uma função pré-determinada de como brincaríamos com elas.

Em contrapartida, eu lembro de uma prima distante que a gente tinha. De vez em quando nos encontrávamos nos eventos de família, mas ela nunca queria brincar com a gente. Ela passava o tempo inteirinho sentadinha como uma lady. Enquanto eu, meu irmão e as outras crianças chegávamos ao final da festa como verdadeiros trapinhos humanos, ela ia para casa com todos os fios de cabelo no mesmo lugar. Não posso dizer que ela tenha sido uma criança infeliz, mas era essa a impressão que eu, como criança, tinha na época. Também não posso dizer que a culpa tenha sido dos pais. Lembro vagamente da mãe dela. Era bem nervosa, e eu tinha um pouco de medo dela. Mas isso não quer dizer nada. Talvez a menina simplesmente fosse daquele jeito mesmo, talvez gostasse de ficar mais quietinha. Se for assim, tudo bem. Mas e quando não é? E quando a criança tem a sua capacidade de se movimentar restringida em nome da disciplina? Será que isso é bom?

Diversos estudos tem mostrado ao longo do tempo a importância do corpo no processo de aprendizagem. Movimentar-se significa explorar o mundo por meio do corpo desenvolvendo também a capacidade mental. Subir em coisas, manipular objetos com as mãos, rolar em tapetes, arremessar almofadas, tudo isso é importante para o desenvolvimento infantil. A bagunça e o barulho fazem parte do processo de busca pelo sentido da vida. Confesso que para mim é mais fácil deixar que a psicomotricidade ocorra na sala da minha casa. Sendo uma pessoa aérea e desastrada, já perdi e destruí tantas coisas que acabei desenvolvendo um certo desapego em relação a elas. Não tenho aquele amor incondicional pelo meu sofá. Também não tenho enfeites pequenos na sala porque sei que nem precisaria da Maya para dar fim neles: eu mesma poderia estragá-los ou fazê-los desaparecer a qualquer momento.

Procuro manter a casa organizada na medida do possível sim, mas não o tempo inteiro. Se estivermos brincando de alguma coisa, a prioridade é a brincadeira. A bagunça gerada por ela será arrumada depois e com a ajuda de todos que dela participaram. A gente pode, por exemplo, construir brinquedos como o Farofinha e limpar a sujeira da farinha de trigo depois, quando já tivermos rido e nos divertido o bastante com ele. Podemos tirar os móveis do lugar para brincar de pega-pega sem problemas. Mas isso é na MINHA casa. E estou ciente de que a minha casa não é a única que a Maya vai frequentar ao longo de sua vida. E aí está o problema. Aí que entra o meu dilema: devo criar a minha filha livre para desenvolver ao máximo o indivíduo que ela veio ser no mundo ou educá-la para ser aceita socialmente?

Educar filhos envolve também capacitá-los ao convívio social. E socializar é de certa forma matar um pouquinho de nós domando e adestrando os nossos instintos naturais. E aí a gente entra nesse paradoxo em que o convívio com o outro faz morrer uma parte da gente, mas ao mesmo tempo nos permite desenvolver outras partes que nunca conheceríamos sozinhos. Tenho consciência de que a minha cria pode sofrer um dia se, por não se encaixar nos padrões, se sentir rejeitada. Mas ao mesmo tempo não quero que ela deixe de ser quem é. E acho que o caminho para isso é o amor. Se ensinamos aos nossos filhos a amar as pessoas mais do que as coisas, talvez seja mais fácil transmitir-lhes algumas regras sociais. Talvez eles se submetam a elas, não apenas para se sentirem aceitos, mas porque procuram realmente o bem da coletividade. Talvez eu não consiga evitar que a Maya suba no sofá da mãe do amiguinho usando o argumento de que ele é caro. Afinal de contas, na cabecinha dela, dinheiro é um pedaço de papel - e ela está certa! Mas posso tentar explicar que as pessoas são diferentes e, enquanto eu não dou tanta importância a essas coisas, a mãe do amiguinho pode dar. Talvez ela não suba se achar que vai deixá-la triste. Talvez. Talvez assim ela se transforme numa "selvagenzinha do bem" que ESCOLHE, por vontade PRÓPRIA, sacrificar um pouco dela pelo bem do outro. Talvez. Eu não tenho como saber. Mas é só mais um dos riscos que terei que assumir.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Parto das índias: como as mulheres da etnia Munduruku dão à luz


O momento do parto é talvez um dos mais emblemáticos da civilização humana. Ao longo do tempo e nas mais variadas culturas uma vasta gama de crenças e rituais marcam a chegada de uma nova vida ao mundo. Longe das explicações científicas, muitas etnias indígenas ainda preservam nos dias atuais teorias bem particulares sobre a concepção, a gestação e o nascimento de um ser humano.
A pesquisadora Raquel Paiva Dias Scopel viveu a experiência de habitar na Terra Indígena Kwatá-Laranjal, Município de Borba, Amazonas e colher relatos de indígenas da etnia Munduruku sobre o tema. Sua tese “A cosmopolítica da gestação, parto e pós-parto: práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku”, foi apresentada na Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do grau de doutora em Antropologia Social. 

Do extenso e profundo estudo destacam-se algumas características principais dessas crenças, resumidas a seguir.

Menstruação

Na cultura Munduruku, o sangue menstrual é um forte atrativo para os “botos” (seres místicos que provocam doenças, infortúnios e até a morte). Durante o período da menstruação, as mulheres cumprem um resguardo que consiste em se banhar dentro de casa (em vez de ir ao rio, como os outros) e não ir até as fontes de água, como o rio e a cacimba, para evitar o risco de ter uma “gravidez de bicho” provocada pelo boto ou por animais, como cobra ou peixe (em que a concepção acontece em sonhos) e que levam ao aborto e óbito do bebê ou da mãe. 

Concepção e gestação

Eles acreditam que o bebê é formado a partir da junção do sêmen do pai ao sangue menstrual da mãe, por isso, evitam ter relações nesse período como método contraceptivo. (As mulheres também fazem uso de remédios caseiros para reduzir o fluxo menstrual e espaçar as gestações) Durante o período da gestação, enquanto as mulheres engordam e trabalham normalmente, é comum que alguns homens sofram o “abalo de criança”, que causa fraqueza, abatimento, prostração, perda de peso, enjoo e desejo. Isso porque creem que o bebê “puxa” as energias do pai, que é encorajado por todos a não se deixar entregar, mas faz com que muitos passem dias deitados nas redes. 
Além da participação efetiva de ambos os pais na concepção e no desenvolvimento para que o bebê cresça também é necessária a participação de Karusakaibu (citado nos mitos como criador dos Munduruku, dos animais de caça e dos artefatos culturais), aceito também com os nomes de Deus ou Jesus. Ele é responsável pela formação do corpo humano, com todos os órgãos internos e externos.

Parto

Do ponto de vista dos Munduruku, as atividades exercidas pelos pais ao longo da gestação são responsáveis por facilitar ou dificultar o trabalho de parto. A mulher é aconselhada a não contar ao marido sobre o início do trabalho de parto, porque isso pode fazer com que seja mais doloroso e demorado. Só avisam quando as contrações estão fortes. 
O parto é um evento íntimo e familiar entre os Munduruku. Apesar de contar com a opção de parir em unidades hospitalares, do polo base de saúde Laranjal ou do Sistema Único de Saúde na cidade vizinha, Nova Olinda do Norte, muitas mulheres que vivem na Terra Indígena Kwatá-Laranjal preferem ter os filhos em casa, onde podem, inclusive, ter o apoio de médicos e técnicos de saúde do polo. 
As que preferem parir em casa contam principalmente com o apoio de uma mulher que tem o dom de “pegar barriga”. Essas figuras são geralmente parentes próximas, senhoras que já tiveram filhos, com experiências em parto, conhecimentos de ervas, chás, banhos e rezas. Por meio da apalpação da barriga conseguem saber se a gravidez é "de gente" ou "de bicho". Ela também sabe determinar o sexo da criança pela observação da consistência e dos movimentos do feto. Ao longo da gestação essa mulher faz o acompanhamento para verificar se o bebê está na posição certa para nascer. Se não estiver, pode ser encaminhada para o hospital. 
Além de “pegar barriga”, elas sabem como fechar a “mãe do corpo” depois do parto e colocá-lo no lugar, quando se desloca, por meio de massagens no ventre. A “mãe de corpo”, segundo o conhecimento munduruku, fica localizado abaixo do umbigo da mulher. Não é equivalente ao útero nem à placenta, mas é entendido como “a força da mulher” ou “a saúde da mulher”, segundo depoimentos colhidos pela pesquisadora. Quando "sai do lugar" pode causar mal-estar uma série de doenças. 

Durante a gestação e o parto a gestante é instruída por essa mulher a tomar banhos de ervas específicas para abreviar o trabalho de parto e diminuir a dor. 
A mulher tem liberdade de posições: de joelhos, com as mãos apoiadas na rede; parcialmente deitada ou sentada no chão, com alguém segurando pelas costas com os braços ao redor da parturiente; ou “sentada” em um banquinho (um banco de altura pequena, talvez, uns 10 cm do chão), usado especialmente para o parto, com alguém apoiando pelas costas, preferência entre as mulheres Munduruku. 
Quando o bebê nasce é amparado pela parteira, que também tem a função de preparar o local de parto, cortar o cordão umbilical e fazer o asseio da mulher no pós-parto. 
Leia a pesquisa completa aqui.
Vi aqui.


quarta-feira, 25 de março de 2015

Pole dance com o bebê: confira o vídeo.

Ao som de Círculo da Vida do filme O Rei Leão, dançarina faz coreografia na barra com a cria a reboque.


Dá uma olhada na performance da Ashley Wright:


terça-feira, 24 de março de 2015

Finlândia será o primeiro país do mundo a abolir a divisão do conteúdo escolar em matérias



A campainha toca, mas, em vez da aula de História, começa a aula de “Primeira Guerra Mundial”, planejada em conjunto pelos professores especialistas em História, Geografia, Línguas Estrangeiras e (por que não?) pelo professor de Física que achou que seria uma boa oportunidade para trabalhar os conceitos de Balística.
À tarde, outro sinal, mas os alunos não vão ter aula de Biologia. Hoje a aula é sobre “Ecossistema Polar Ártico”, ministrada pelos professores especializados em Biologia, Química, Geografia e o de Matemática, que percebeu que os dados sobre o derretimento das geleiras seriam úteis para o estudo de Estatística.

 Em pouco tempo, cenários como esse, que já são comuns nas principais escolas da capital Helsinki, poderão ser encontrados em toda a rede de ensino do município e nas cidades do interior. O objetivo é claro:
A Finlândia quer ser o primeiro país do mundo a abolir completamente a tradicional divisão do conteúdo escolar em “Matérias” e adotar em todas as suas escolas o ensino por “Tópicos” multidisciplinares (ou “Fenômenos”, conforme a terminologia adotada pelos educadores finlandeses).
Há anos, a educação finlandesa vem sendo considerada a melhor do mundo. Com “segredos” como valorização dos professores, atenção especial aos alunos com mais dificuldades, valorização das artes e de diferentes formas de aprendizagem e uma radical redução no número de provas e testes, o país tem consistentemente dividido as mais altas posições nos rankings do PISA (Programme for International Student Assessment, ou Programa para Avaliação Internacional de Estudantes) com Cingapura, mas com as vantagens de oferecer uma educação universalmente gratuita e livre dos tremendos níveis de estresse aos quais os estudantes asiáticos são submetidos.
Apesar dos excelentes resultados (ou talvez por causa deles), a Finlândia pretende continuar repensando e aprimorando seu sistema educacional. “Não é apenas Helsinki, mas toda a Finlândia que irá abraçar a mudança”, afirma Marjo Kyllonen, gerente educacional de Helsinki. “Nós realmente precisamos repensar a educação e reprojetar nosso sistema, para que ele prepare nossas crianças para o futuro com as competências que são necessárias para o hoje e o amanhã. Nós ainda temos escolas ensinando à moda antiga, que foi proveitosa no início dos anos 1900 – mas as necessidades não são mais as mesmas e nós precisamos de algo adequado ao Século 21.”
Naturalmente, a ideia de substituir “Matérias” por “Fenômenos” como forma de dividir o conteúdo escolar e apresentá-lo aos alunos sofreu resistência inicial, principalmente dos professores e diretores que passaram suas vidas se especializando e se preparando para ensinar matérias. Mas com suporte do governo – inclusive incentivos financeiros através de bonificações para os professores que aderissem ao método – os professores foram gradualmente se envolvendo e hoje aproximadamente 70% dos professores das escolas de ensino médio da capital já estão treinados e adotando essa nova abordagem.
Atualmente, as escolas finlandesas já são obrigadas a oferecer ao menos um período de ensino multidisciplinar baseado em Fenômenos por ano. Na capital Helsinki, a reforma está sendo conduzida de forma mais acelerada, com as escolas sendo encorajadas a oferecer dois períodos. A previsão de Marjo Kyllonen é de que em 2020 a transição estará completa em todas as escolas do país.
Vi aqui.

Haptonomia: contato com o bebê ainda no ventre

A Haptonomia é uma técnica pouquíssimo conhecida no Brasil. A palavra Hapto tem origem grega e  siginifica “fazer contato tátil, eu me junto ao outro, eu estabeleço relação (por meio do toque) com o outro com a intenção de fazer um todo, de confirmar a outra pessoa em sua existência”.   O termo haptonomia foi utilizado pelo holandês Frans Veldman, há cerca de trinta anos, para definir o que ele chama de Ciência da Afetividade, o conjunto de leis que regem o campo do nosso coração, nossos sentimentos. A base desta ciência é o princípio de que o ser humano tem o direito primordial de afirmação de sua existência e de confirmação da afetividade de seu ser desde o momento de sua concepção.
A Haptonomia não é uma técnica terapêutica restrita apenas à gestação, mas seu principal trabalho acontece durante a gestação e até dois anos após o nascimento do bebê. O acompanhamento haptonômico pré, peri e pós natal dos pais e do bebê promove o desenvolvimento de vínculos afetivos entre os pais e a criança e os ajuda a estabelecer uma comunicação amorosa com o bebê desde o período uterino. Esse contato precoce também ajuda a criar uma situação favorável para uma experiência positiva de nascimento e pós-parto para o bebê e seus pais. A relação afetiva estabelecida durante este acompanhamento, entre pai, mãe e a criança, promove o desenvolvimento do senso de paternidade e maternidade e da responsabilidade que os pais têm em relação à individualidade de seu filho enquanto ser humano. A haptonomia ajudará os pais a desenvolverem uma relação com a criança de forma a estimular seu desenvolvimento físico, psíquico e emocional, encorajando sua autonomia.
A comunicação com o bebê durante a gestação, nesta técnica, se dá por meio do toque. Não simplesmente um toque qualquer, mas um toque dirigido intencionalmente ao bebê, no ventre da mãe. A intenção do trabalho não é apenas preparar para o parto, mas preparar os pais para uma recepção afetiva do bebê. A cada encontro com o haptoterapeuta, os pais descobrem como interagir com o bebê através de um contato de toque afetivo-confirmativo, com uma intenção amorosa. Pai e mãe realizam toques de pressão leve sobre o abdômen da gestante, aguardando a resposta do bebê, sua movimentação. O profissional que os acompanha os estimulará a, através do pensamento e do posicionamento do toque, convidar amorosamente o bebê a realizar determinados movimentos e a observarem as respostas dos bebê. Conforme a sintonia entre os movimentos do bebê e os toques dos pais vai se aprofundando, o vínculo afetivo se torna mais forte, assim como a percepção da existência do bebê, de sua sensibilidade. Mais do que pensar no diálogo com o bebê neste momento, o que importa é sentir, é na sensação e no sentimento que a comunicação efetivamente se estabelece.
Esta é uma técnica que auxilia muito na integração da tríade pai-mãe-bebê, especialmente para o pai. Através do contato frequente com o bebê por meio dos toques e da comunicação estabelecida desta forma, o pai se sente mais incluído no processo de gestação. Para a mulher, todo este trabalho pré-natal será especialmente útil no momento do parto, pois a consciência da presença e movimentação do bebê se tornará mais aguçada.
O acompanhamento haptonômico, geralmente, tem início quando surgem os primeiros movimentos do bebê perceptíveis pela mãe, entre 18 e 20 semanas de gestação. No Brasil, há pouquíssimas pessoas com a formação nesta técnica. No exterior, especialmente na Holanda e França, é comum encontrar profissionais da enfermagem, obstetrícia, psicologia e medicina com esta formação, utilizando a técnica em seus consultórios e nas maternidades.
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    terça-feira, 17 de março de 2015

    Aos seis meses de gravidez, campeã Bethany Hamilton é clicada em cima da prancha no Havaí


    Enquanto milhares de pessoas arrumam qualquer desculpa pra fugir dos exercícios fisícos, a americana Bethany Hamiltonmostra que nem a gravidez é capaz de pará-la. Com um barrigão de seis meses de gestação, a campeã de surfe continua encarando ondas gigantescas e com muita disposição! Ela foi flagrada essa semana, pegando onda no Havaí e arrasando (como sempre).

    Está surpresa? Essa não é a primeira vez que Bethany serve como inspiração! Aos 13 anos, enquanto surfava na mesma região, acompanhada de uma amiga, ela foi atacada por um tubarão-tigre e perdeu o braço esquerdo. Na época, já competia profissionalmente e sua história se espalhou ao redor do mundo todo. Destemida, ela não se importa em voltar às águas onde viveu o evento traumático.




    Mas, como já deu pra perceber, o que não falta à Bethany é determinação, e ela conseguiu dar a volta por cima! Mesmo com apenas um braço, não deixou sua paixão de lado e sagrou-se campeã de vários compeonatos de surfe desde então.

    Sua história, inclusive, já foi parar nos cinemas com o filme "Soul Surfer", que retrata toda sua luta até superar o ataque e conseguir levar uma vida normal, como qualquer pessoa. Com uma mãe tão incrível, não há dúvidas que essa criança já nascerá cheia de energia, né?


    Vi aqui.


    segunda-feira, 16 de março de 2015

    Está comprovado! A vacina contra o HPV serve para uma coisa: gerar lucro fácil.



    Muito tem sido falado sobre a vacina contra o HPV. Mas, advinha quem realmente está financiando o marketing pesado feito em cima desta vacina da gigante farmacêutica?
    Primeiro vieram atrás das suas filhas. Mas, como os pais tiveram acesso a importantes relatórios sobre os potenciais (e muitas vezes fatais) efeitos colaterais associados a esta vacina, eles logo trataram de responder um sonoro não para essa história toda.
    Agora, os grandes interessados na disseminação da vacina mudaram o foco. Com isso, essa é a vez dos filhos homens.
    Os fabricantes de drogas impulsionam a máquina do medo na tentativa de convencer os pais de que as taxas de câncer de garganta, ligado ao HPV em homens, estão cada vez maiores. Eles fazem soar como se a única chance de salvar seus filhos e netos deste destino terrível fosse enfileirar absolutamente todos os meninos e meninas de 11 anos e aplica-los a injeção.
    E a coisa só vai piorando. Agora não é só a gigante farmacêutica que está empurrando essa vacina arriscada pra cima de todo mundo; nos Estados Unidos o próprio governo também entrou na jogada. ONational Cancer Institute (NCI) transformou-se, virtualmente, em um departamento de marketing da Merck (fabricante de Gardasil) e da GSK (fabricante de Cervarix).
    O NCI acabou de destinar quase 3 milhões de dólares para promover o programa de vacina no país. A meta é vacinar 80% de todas as crianças norte-americanas dentro dos próximos cinco anos. Em outras palavras, a Merck e a GSK estão de prontidão para faturar bilhões com essas vacinas.
    Se as vacinas fossem uma maneira solidamente comprovada para a prevenção contra o câncer relacionado ao HPV, elas talvez fossem capazes de justificar essa “mão beijada” que o governo está dando. Acontece que elas não chegam nem perto de garantir a prevenção contra o câncer.
    Claro, as injeções aumentam a resposta por anticorpos, mas o efeito desaparece com o passar do tempo. Aliás, a maioria das infecções por HPV nem causam o câncer, para início de conversa. Para dizer a verdade, a maioria delas não causa problema algum.
    Talvez o mais chocante nisso tudo seja o fato de que seu filho pode ter uma chance bem melhor de evitar a infecção por HPV se ele ficar longe da vacina.
    Um estudo realizado entre 2007 e 2010 descobriu que as infecções por HPV caíram quase 6% em meninas vacinadas. Nada mal, certo? O que você não sabe é que a infecção por HPV caiu em mais de 27% em meninas que não tomaram a vacina. Viu só? O fato de não tomar a vacina foi 450% mais eficaz na redução das taxas de HPV!
    E para esfregar ainda mais o sal na ferida, o NCI acabou de anunciar que está prestes a financiar mais uma dessas drogas. Ele prometeu para uma companhia austríaca uma bolada de 3,5 milhões de dólares para desenvolver uma terceira vacina contra o HPV.
    Bastava uma proteção dietética contra o HPV para tornar essas vacinas obsoletas antes mesmo de chegarem ao mercado. Um estudo recente e bastante promissor mostrou que um extrato de cogumeloshitake acabou completamente com a infecção por HPV em metade das mulheres que o utilizaram.
    Você não consegue fazer com que o governo pare de gastar dinheiro em vacinas não convincentes contra o HPV, mas certamente não precisa expor os seus filhos e netos a nenhuma delas. A decisão é sua!
    Referências Bibliográficas:
    • Journal of Infectious Diseases 2013 Aug;208(3):385-93
    • New England Journal of Medicine 2006; 354:2645-2654
    • MedAlerts.org. HPV vaccine adverse event report. July 10. 9, 2013.
    • Journal of the National Cancer Institute January 7, 2013
    • Pediatrics August 1, 2012, Vol. 130 No. 2, pp. e249 -e256
    • Am J Obstet Gynecol 2012; 206:46 
    Vi aqui.