sábado, 31 de maio de 2014

Parto Leboyer



“Vamos deixar o bebê. E entregá-lo, por alguns momentos, à mãe, depois de ele ter provado as alegrias da solidão, da imobilidade.
Deitado sobre o peito querido, orelha contra coração, o bebê reencontra o som e o ritmo familiar.
Tudo está feito. Tudo é perfeito.
Esses dois seres que lutaram corajosamente, transformam-se num só.”

LEBOYER

Frederíck Leboyer foi um obstetra francês que mudou a sua forma de encarar a vida e a profissão durante sua viagem para a Índia. Também responsável pela divulgação da Shantala, foi o criador do parto Leboyer.  Seu método consiste em minimizar o trauma sofrido pelo recém-nascido no momento do parto, garantindo que o ambiente do nascimento seja o mais parecido possível  com o intra-uterino. 


O RECÉM-NASCIDO SENTE DOR

O médico está orgulhoso, afinal de contas o SEU parto foi um sucesso. A mãe, radiante porque acabou a espera. O pai satisfeito porque agora tem uma descendência. E aquele neném ali pendurado? O que ele parece estar sentindo? Não importa e ninguém se preocupa. É apenas um figurante no próprio nascimento.

Nos primeiros segundos o choro. Sinal de que os reflexos estão em ordem e a máquina está em perfeito funcionamento. Mas será o homem apenas uma máquina? Não estará o recém-nascido chorando porque sente dor?

Pouco se sabe sobre as sensações que temos no momento do parto. E menos ainda se procura saber. O entendimento é de que o recém-nascido não pensa porque não tem linguagem. E se não pensa, não sabe. Se não sabe, não sente. Mas por que pensamos que ele não tem linguagem? Por não conhecer as palavras? Os pássaros também as ignoram e nem por isso deixam de se comunicar. Não haverá então linguagem sem palavras? Sem dúvida.

Se alguém por descuido engole algo quente, assistimos ao mais eloquente discurso sem que seja dita uma palavra sequer. Ele agita freneticamente as mãos para dissipar o calor excessivo, vira os olhos cheios de lágrimas e faz mil caretas. Não é preciso nem esperar que o sujeito cuspa com violência. O infeliz, seja turco, chinês ou árabe, exprimiu-se perfeitamente. Ele disse: "Eu me queimei" sem que uma só palavra tenha sido pronunciada.

O recém-nascido também fala. Ele grita. Ele berra. Ele transmite a sua dor. Por que não o escutamos? O bebê tão amado e esperado. Por que não o escutamos?

CEGADO

Dizem que o bebê não enxerga quando nasce. E nem poderia, diante da profusão de luzes verdadeiramente cegantes que se acendem por ocasião do parto. Tudo, é claro, para facilitar a vida do médico.

Como se cega um touro antes da tourada?  Deixando-o dias encarcerado no escuro para soltá-lo na claridade da arena. É o que acontece com o bebê. Após 40 semanas na mais profunda escuridão, de repente, luz!  Seus olhos são queimados como foram os daqueles que estavam em Hiroshima quando explodiram os “mil sóis”.

O parto deve acontecer na penumbra com meia luz. O bebe deve ir se acostumando aos poucos à luminosidade.  Isso permite também que a mãe sinta o seu bebê antes de vê-lo. Ela pode descobri-lo tocando-o, percebendo a vida quente, palpitante e se emocionando através da carne.

ENSURDECIDO

No útero chegam ao bebê ruídos que se reproduzem no corpo da mãe, estalos de articulações, borborismos intestinais e, dando ritmo ao todo, as batidas potentes, o tambor grave do coração materno.  Ele percebe também a voz da mãe.  A voz que o marcará para sempre.  É enlaçado em sua trama, em suas modulações, em suas inflexões e em seus humores.

Mas não é só isso. A criança percebe também os sons do mundo, os sons de fora. Recebe-os, como os peixes, através das águas em que flutua: modulados e transformados por ela. Quando sobrevém o nascimento, desaparecem as águas e é levantado o véu protetor do ventre materno. Nada mais protege os seus ouvidos dos ruídos do mundo.

Alguém pensa em falar baixo em uma sala de parto? Na verdade grita-se bem mais do que se fala. Os “Vamos, força, força! Outra vez, outra vez!” são ditos em voz retumbante. O que é uma grande pena. Para receber o bebê dignamente, é necessário participar da escola do silêncio. Assim, a paz se instala e com ela se instala também o respeito com que deve ser acolhido o mensageiro que chega.  Como fazemos ao entrar em uma igreja, devemos baixar instintivamente a voz. Não há lugar mais santo do que o local onde nasce uma criança.

O CORDÃO

Cortar o cordão umbilical logo que a criança sai do ventre é um ato de grande crueldade. Conservá-lo intacto enquanto pulsa, transforma o nascimento.

A criança, antes de nascer, vivia na unidade. Ao chegar ao mundo, o recém-nascido cai no reino dos contrários onde tudo é bom ou mal, agradável ou desagradável, seco ou molhado, frio ou quente. Ele descobre esses opostos tão inseparáveis como irmãos inimigos.

E como a criança entra nesse reino? Pelos sentidos? Não. Isso vem só mais tarde. É pela respiração que ela ultrapassa uma fronteira e entra. Inspira. E dessa inspiração nasce o seu contrário, a expiração. Está lançado para toda a vida nessa interminável oscilação, o próprio princípio deste mundo onde tudo não passa de respiração, de balanço. Onde tudo eternamente nasce do seu oposto: o dia da noite, a pobreza da riqueza, a força da humildade. Sem fim, sem começo. Respirar é ficar em uníssono com a criação, é estar de acordo com o universo e sua eterna oscilação. Nos pulmões chegam o sangue que sobe das profundezas e o ar que vem de cima.

E no feto, cujos pulmões ainda não funcionam, como acontece a regeneração do sangue? É a placenta que, entre outras coisas, exerce a função de pulmão. É onde o sangue se regenera para então chegar ao feto através do cordão umbilical. E depois sair. E assim por diante. A mãe respira pelo bebê. Da mesma forma come por ele, carrega-o, abriga-o, faz tudo por ele.  A criança está, por tanto, em estado de dependência absoluta.

Ao respirar pelos próprios pulmões o bebê proclama então a sua independência: “Bebo hoje sozinho a própria vida!” É apenas o primeiro passo, é verdade. Para tudo, menos para o ar, a criança ainda depende da mãe. Mas é a direção que importa. Respirando, a criança toma o caminho da autonomia e da liberdade.

Mas o sangue abandona de modo imediato e rude o velho caminho cordão-placenta? É de repente que ele se lança como um louco nos pulmões? Depende. E é aí que está toda questão. Essa passagem pode se fazer lentamente, com doçura, ou de modo brutal, em pânico e terror.

Cianose é a falta do oxigênio, especialmente necessário ao sistema nervoso. Ela causa danos irreparáveis ao cérebro de modo que, ao nascer, a criança não deve de maneira nenhuma sofrer falta de oxigênio. É o que nos dizem os sábios. E a natureza, mais sábia que qualquer sábio, também compartilha da mesma opinião. Tanto que possibilitou à criança duas formas de oxigenação em vez de uma: pelos pulmões e pelo cordão. Dois sistemas funcionando juntos.

A criança, logo que sai da mãe, permanece a ela ligada pelo cordão que continua a pulsar vigorosamente por longos minutos. Assim, livre da cianose, a criança pode acomodar-se à respiração sem pressa. O sangue, por outro lado, tem calma para deixar seu antigo caminho e assumir progressivamente a circulação pulmonar. Em suma, durante quatro ou cinco minutos o recém-nascido permanece suspenso por dois mundos. Oxigenado por dois lados, passa de um a outro sem brutalidade. E o que foi preciso para conseguir o milagre? Paciência apenas. Para esperar e dar tempo para a criança se instalar sem fazer nada bruscamente. Mas é preciso treino para isso. Como ficar longos minutos sem fazer nada, quando tudo nos impele em sentido contrário? A distração, os automatismos, o hábito.

Para o bebê, a diferença é imensa. Se o corte é feito logo após a sua saída, o cérebro será brutalmente privado de oxigênio, acionando o sistema de alarme. Todo o organismo reage e a respiração se inicia como resposta à agressão. Chegando à vida, encontra a morte. E é para escapar dela que se lança à respiração.

Se nos abstemos de intervir e conservamos o cordão, o bebê não sente em momento algum a falta de oxigênio. Nada dispara o sistema de alarme. Nem agressão, nem cianose, nem pânico, nem angústia. Uma passagem lenta e progressiva de um estado a outro. O sangue muda de rota tranquilamente. Os pulmões não são forçados em nenhum momento. E a criança, sentindo prazer nessa experiência nova, esquece sem problema o mundo que acabou de deixar. Por que se agarrar ao passado se está tão bem em seu novo presente? Então, quando enfim o cordão cessa de bater, é cortado. Na verdade não se corta nada. É um laço morto que cai por si mesmo. A criança não foi arrancada da mãe. Uma e outra se separaram.

Quando, mais tarde, a criança der os primeiros passos, a mãe lhe oferecerá o apoio da própria firmeza. A criança, frágil ainda sobre as pernas, encontrará apoio na mão da mãe. Deixa-a, pega-a, torna a deixá-la. Até que um dia, finalmente firme sobre as próprias pernas, esquece o apoio, a mão que continua à disposição por ainda muito tempo. Existiria mãe capaz de retirar a mão quando a criança ainda não estivesse firme?

Acontece o mesmo com cordão umbilical. Por meio dele a mãe acompanha os primeiros passos do bebê no mundo da respiração. Respira ainda para ele até que esteja solidamente instalado em seu novo domínio. Cortar o cordão ao primeiro grito é o mesmo que retirar a mão aos primeiros passos.

A LENTIDÃO

Ao nascer, a criança está entre dois mundos, em uma fronteira. Não faça as coisas bruscamente. Não a empurre. Deixe-a entrar.

Ela não está mais na mãe, mas ainda respira por ela. É o instante em que o pássaro corre de asas abertas e, apoiando-se no ar, voa. Não a toquemos  com mãos grosseiras  nesse momento frágil. Deixemos que ela aja. Somos rústicos. Não entedemos nada do mistério. A criança vem do mistério. Ela sabe.

Não a perturbe. Dê-lhe tempo. O sol se levanta de repente? Não existe entre dia e noite a majestosa glória da aurora? A lentidão e gravidade do nascimento não devem ser tocadas. Esse momento miraculoso é como o fim de um sono. Estamos também entre dois mundos. Um pé se retarda e permanece no jardim dos sonhos. O outro toca a borda do leito. Até quando? Como saber? Está além do tempo. É deste jardim do além que a criança chega.

O AMOR

Ao nascer, o recém-nascido grita sufocado pela liberdade. Seria o caso de dizer a ele: "Mas afinal você é louco! Está aí nesse desespero quando deveria se alegrar! Agora você pode se estirar, se divertir, e chora!? Abra os olhos. Conheça, afinal, o seu reino e a sua felicidade!"

Mas como dizer isso àquele que não conhece as palavras? É preciso falar na sua linguagem. A linguagem anterior às palavras. Antes de Babel, da grande confusão. A linguagem do paraíso perdido. É preciso encontrar a linguagem universal. É preciso falar de amor.

Precisamos falar ao bebê na linguagem dos amantes. E o que dizem os amantes? Eles não se falam, se tocam. Fecham os olhos para serem apenas tato. Refazem a noite em torno de si. A noite dos outros sentidos. Nas trevas abraçam-se sem fazer nenhum barulho. As palavras são inúteis. Ouvem-se apenas gemidos de prazer. As mãos falam e os corpos compreendem. As respirações se misturam, explodem de alegria. É disso que o recém-nascido precisa. É assim que se fala com ele.

O bebê não é um brinquedo. O bebê não é um enfeite. É um ser que lhe é confiado. Pudesse a mulher compreender e sentir: “sou sua mãe” em vez de "é meu filho". Entre os dois há um mundo e todo o futuro da criança.

NASCER SORRINDO

E aquele bebê ali? Ele não sorri, ele está rindo. Ele ri mesmo para valer! Mas não tem muito a ver com o nosso caso. Estamos falando de recém-nascido e aquele deve ser um bebê de 6 meses. Os bebês não sorriem de jeito nenhum antes dos 2 meses. Um mês e meio, pelo menos. Quanto a gargalhar assim...
Acredite, esse bebê não chegou a completar 24 horas de vida.


Vi no livro Nascer Sorrindo.


sexta-feira, 30 de maio de 2014

Psicomotricidade Infantil

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O seu filho pratica alguma atividade física na escola? Que importância você acha que isso tem para o seu desenvolvimento? Você acreditaria se eu dissesse que, embora a Educação Física seja componente curricular obrigatório da educação básica, há ainda certa subestimação do corpo no processo de aprendizagem?
Homem primitivoA atividade física faz parte do plano pedagógico de praticamente todas as escolas brasileiras, é verdade. Mas na maioria delas é realizada apenas com o objetivo – não menos nobre – de divertir a criança ou gastar-lhe a bateria, não se estabelecendo relação direta entre movimento corporal e desenvolvimento mental. Se, entretanto, analisarmos a evolução de nossa espécie, veremos que o desenvolvimento motor está tão interligado ao desenvolvimento cerebral que é praticamente impossível determinar qual deles teria precedido o outro na história humana.

Baseada na ideia de que o pensamento e a ação motora são indissociáveis, a Psicomotricidade é a ciência da educação que realiza o enfoque integral do desenvolvimento nos aspectos físico, psíquico e intelectual, de maneira a estimular harmoniosamente o casamento dessas três áreas. Surgiu no século XIX como prática terapêutica para crianças com distúrbios psicomotores e desde então tem sido objeto de estudo das mais diversas áreas do conhecimento. Ela segue duas linhas de pensamento:

- A Psicomotricidade Funcional trabalha com uma metodologia diretiva e mensura a capacidade motora. Parece a aula de Educação Física que o seu filho tem na escola. O professor planeja os movimentos a serem realizados pelas crianças como subir, descer, pular, correr e os apresenta durante a sessão corrigindo a sua execução. Para isso ele vai levar em conta critérios como postura, precisão, velocidade, entre outros.

- Na Psicomotricidade Relacional, ao contrário, os alunos realizam múltiplas atividades isentas de julgamento: se está certo ou errado, bonito ou feio. Segundo o professor Aírton Negrine da Silva, esse método não diretivo permite que se façam interpretações significativas da exploração que a criança faz dos espaços organizados. O grande diferencial dessa vertente é a utilização do jogo como elemento pedagógico. Ela se aproveita daquilo que o seu filho sabe fazer melhor do que você: brincar. De acordo com o pedagogo Bernard Acouturier, um de seus criadores, a sessão de Psicomotricidade Relacional deve acontecer em ambientes fechados com materiais fixos (escadas, barras de equilíbrio, tatames) e complementares (blocos de espuma, aros, bola grande, cordas, bichos de pelúcia, fantasias) . Ainda segundo, Acouturier, sua realização deve dividir-se nas seguintes etapas:
  •  DSC_0132_fullRitual de Entrada:  crianças e professor se apresentam e estabelecem as combinações relacionadas  àquela sessão.
  • Atividades livres de expressão, construção e comunicação: jogos de segurança profunda, jogos de prazer sensório-motor, jogos simbólicos, narração de histórias, e atividades de representação.
  • Ritual de Saída: após guardar todos os brinquedos, como havia sido combinado no momento inicial, as crianças sentam-se em círculos, sendo estimuladas a verbalizar sobre o que acharam da sessão.

FATORES PSICOMOTORES

Como falei acima, a atividade motora é indissociável da atividade cerebral. Cada um dos fatores psicomotores é regulado por uma área específica do cérebro de forma que ao aprimorarmos essas habilidades desenvolvemos a região cerebral a que se relacionam. Abaixo trago alguns desses fatores psicomotores, a região do cérebro que os regula e exemplos de atividades que podem ser feitas para estimulá-los.
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EQUILIBRAÇÃO
EQUILIBRAÇÃO: Função do cerebelo auxiliado pelo sistema vestibular; segurança e insegurança gravitacional, conjunto de aptidões estáticas e dinâmicas, abrangendo controle postural e desenvolvimento de capacidade de locomoção. Atividades: brincar de estátua, marchar nos calcanhares, se manter em uma perna só.
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NOÇÃO DE CORPO
NOÇÃO DE CORPO: Lobo parietal; desenvolvimento da noção ou esquema corporal por meio do qual a criança toma consciência do seu próprio corpo e da possibilidade de expressar-se  por seu intermédio. Atividades: localizar partes do corpo próprias ou de outra pessoa, rolar no chão, deitar sobre bola de pilates.
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ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL: Região occipital, lobo temporal, e lobo parietal; construção da estruturação do tempo e do espaço em relação ao corpo; ocorre com a lateralização e noção do corpo, já que é necessário adquirir primeiro noção interna para se situar no meio externo. Atividades: andar devagar até o fim da sala, voltar correndo a mesma distância,  fazer a criança perceber a diferença de tempo entre bater a bola e pular corda, subir em coisas, bater palmas dentro de um espaço de tempo.
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PRAXIA AMPLA
PRAXIA AMPLA: Lobo frontal e pré frontal; capacidade de realizar movimentação voluntária preestabelecida como forma de alcançar um objetivo. Atividades: jogar ou chutar bolas, marchar rapidamente dentro de pneus em zig-zag, dissociação de membros inferiores de inferiores, polichinelos.
PRAXIA FINA
PRAXIA FINA
PRAXIA FINA: Lobo frontal e pré frontal; compreende todas as atividades motoras finas, em que há coordenação olho/mão.  Atividades: montar pequeno objeto de encaixe, recortar, colar, passar linha em buracos pequenos, desenhar.

CURRÍCULO EM MOVIMENTO:

Ao longo de seus estudos, o francês Jean Le Boulch percebeu que há três grandes causas para os problemas na aquisição da leitura e escrita: o déficits da função simbólica, os atrasos e  defeitos de linguagem e os problemas essencialmente psicomotores. Todos esses problemas resultavam de debilidades da criança devido à "queima de estágios" ou desvios de etapas do desenvolvimento psicomotor, quando não havia no diagnóstico alguma disfunção neurológica comprometedora das funções ditas "normais" de um indivíduo saudável.

Método desenvolvido pela professora Maria Liana Rosa Pinto, o Currículo em Movimento consiste na educação psicocinética aplicada ao currículo escolar: a educação pelo movimento. Foi criado como objetivo de possibilitar às crianças em fase de alfabetização maiores recursos pedagógicos. Mediante vivências psicomotoras, elas interagem com objetos e jogos, com seu próprio corpo e com o meio, brincando e conhecendo o universo simbólico das letras, seus sons fonéticos,  seu grafismo e conexões possíveis entre elas.

Achei esse método muito interessante. Listo abaixo alguns dos possíveis jogos e atividades utilizados por ele:

Toque-sem-Fio:  Forma-se uma fila, e a última criança desenha uma letra ou número nas costas do colega à sua frente. Esse, por sua vez, desenha na próxima criança o símbolo que julga ter sido "massageado" nas suas costas, e assim por diante até chegar ao primeiro da fila, que deverá desenhá-lo em um papel mostrando-o ao grupo.

Ginástica do Alfabeto: A criança utiliza diferentes segmentos corporais para desenhar o alfabeto. Exemplo: desenhar um grande maiúsculo com o dedo indicador da mão direita, iniciando do chão à frente do pé esquerdo, em que o vértice do A deve ser desenhado bem a cima da cabeça, descendo imediatamente em direção ao pé direito. A atividade pode ser realizada ao som da letra A ou de alguma coisa que comece com ela como AVIÃO.

Correr para Sílabas: Desenham-se no chão várias sílabas em tamanho gigante. Conforme o orientador vai falando as palavras , as crianças correm para as sílabas formando as palavras ouvidas.

Jogo da Velha Cooperativo: Desenha- se com um giz um jogo da velha gigante no chão.  Divididas em grupo, as crianças serão as peças do jogo, ganhando a equipe que colocar três participantes em linha vertical, horizontal ou diagonal.

Cantiga de Roda da Soma: Formam-se duas rodas com o mesmo número de crianças, uma dentro e outra fora. Todas de mãos dadas devem recitar os seguintes versos: "Roda dentro, roda fora, qual a soma que é agora?" Uma das rodas caminha para a direita, e a outra para a esquerda. Quando todos pronunciarem a frase "qual a soma que é agora?", os alunos deverão se posicionar de frente para o colega da outra roda. Lançam os dedos para a frente e dizem rapidamente a soma. A cantiga recomeça.

 Dominó de Gente: Cada criança recebe um cartão retangular previamente elaborado, em que no lado esquerdo estará uma operação matemática de soma ou subtração, e no lado direito um número resultado de outra operação. Elas deverão montar o dominó procurando as operações e os resultados correspondentes e, achando, deverão entrelaçar os braços. O objetivo final é que se forme uma roda com as crianças abraçadas.

Quem senta primeiro? Coloca-se uma cadeira no centro da sala e dividem-se as criança em dois grupos iguais em que cada uma receberá um número na sequência. Exemplo: se são 10 crianças, formam-se dois grupos de 5 em que cada um receberá um número de 1 a 5, de forma que para cada número haverá dois competidores. O orientador lança então uma operação matemática, e as duas crianças que estiverem com o número-resultado deverão correr em direção à cadeira, ganhando aquele que sentar primeiro.

Escravos de Jó: todos formam um grande círculo e desenha-se em volta de cada criança uma pequena circunferência. A atividade consiste em cantar a antiga cantiga Escravos de Jó, marcando as sílabas tônicas: "EsCRAvos de JÓ joGAvam caxamBÓ. TIra, BOta. DEIxa o ZÉ PeREIra enTRAR. GuerREIros com gurREIros faZEM ZIG-ZIG-ZÁ" O objetivo é ir pulando para o círculo à sua direita conforme o compasso da música. Quando chegar na parte que diz: "tira" deverão pular para fora do círculo, retornando para dentro dele na palavra seguinte: "bota". E ao chegar no ZIG-ZIG-ZÁ, o primeiro ZIG será para a direita, o segundo para a esquerda, e o ZÁ para a direita.


DÁ PARA FAZER EM CASA?

Não será fácil – e menos ainda barato – montar uma sala particular de psicomotricidade para a sua cria. E a menos que a sua prole seja realmente numerosa, você encontrará dificuldade em realizar exercícios que necessitam ser praticados em grupo. Além disso, na sessão profissional há o convívio com o outro, o que possibilita à criança desenvolver também por meio do seu próprio corpo as suas habilidades de socialização e interação. Não me parece viável substituí-la completamente por uma versão caseira. Mas isso não impede que, conhecendo os exercícios e os fatores psicomotores a que se relacionam, você os aplique no seu filho de forma complementar, fazendo as adaptações necessárias à sua realidade. Para isso, entretanto, é imprescindível uma noção acerca do desenvolvimento infantil, suas etapas e características de cada uma delas.

MINHA HUMILDE OPINIÃO

Acho realmente incrível essa possibilidade de utilizar o corpo para descobrir o mundo. Dessa forma creio que nossos filhos podem viver intensamente o conhecimento que vão adquirindo. Devolvendo ao corpo o seu papel no processo de aprendizagem, permitimos que as crianças se desenvolvam integralmente à medida em que exploram o tempo e o espaço.

Faço, porém, uma única ressalva em relação à Psicomotricidade: é quanto ao risco de exagerarmos nesses estímulos. Essa nossa era tecnológica parece gritar a todo instante nos nossos ouvidos a necessidade de sermos super. E aí a gente vai querendo criar super filhos também. Queremos que os nossos pequenos sejam os melhores, os mais inteligentes, os mais fortes, o mais ágeis. Veneramos a precocidade porque queremos que a nossa cria se desenvolva mais rápido que as crias alheias. Nem pensamos no que se pode perder do processo quanto o aceleramos. Esse é o meu receio. Acho que a Psicomotricidade não deve ser feita com o objetivo de acelerar o desenvolvimento da criança, mas de expandi-lo e ampliar os seus horizontes ao permitir que aconteça de forma integral.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Book de uma Grávida sem Grana


Como toda grávida, eu também quis registrar o caroço de melancia crescendo dentro de mim. O "susto da maternidade", entretanto, abalou a minha já crítica situação financeira, tornando inviável a aquisição de um book profissional de gestante.

No fim das contas foi até melhor. Com ajuda da minha grande amiga, artista nata e talentosíssima fotógrafa Tawana Cavalcante (na foto acima), pude registrar esse momento único de forma também única e particular. Além da Tw, outras pessoas especiais também participaram tirando fotos e ajudando na "produção" (rs) de modo que sempre lembro de cada uma delas quando revejo o álbum. Compartilho com vocês um pouco desse trabalho maluco:















































quarta-feira, 28 de maio de 2014

Isadora Canto - Reconhecimento

Jeitinho bem gostoso de desejar boas vindas ao milagrinho que chega para a gente:


terça-feira, 27 de maio de 2014

O que o seu filho vai ser quando crescer?

Que tal alguma das opções abaixo, fotografadas pelo parisiense Malo?

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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Elo - Um Ursinho Diferente

Contrária à tecnologia que aliena e transforma gente em robô, fico feliz quando a vejo ser usada para provocar sentimentos. Desenvolvido pelo Hospital Amaral Carvalho, em Jaú, São Paulo, o ursinho Elo leva mensagens de familiares e amigos a crianças internadas em tratamento contra o câncer.  

Veja mais sobre esse exemplo emocionante de tecnologia sendo usada de forma humana:



domingo, 25 de maio de 2014